“É
claro que temos sempre, muito presente, uma nítida noção do nosso dever e da
nossa responsabilidade. Cabe a cada um de nós, na tarefa comum, uma parcela de
responsabilidade que, somada às demais, totaliza a responsabilidade do grupo a
que pertencemos.
Se começamos a falhar individualmente, falha o conjunto todo, mas não a ideia
em si, nem o movimento. Falham apenas os homens. Outros, porém, se levantarão
para retomar a ideia e soprar-lhe novo influxo e vitalidade.
A História está cansada de nos
ensinar isso.
As grandes ideias da Humanidade,
trazidas certamente dos altos círculos da Espiritualidade, são lançadas entre
os homens para dar-lhes alento e recordar-lhes sua origem e seu destino; com o
correr dos tempos, muitas criaturas - às vezes bem intencionadas - se julgam
suficientemente qualificadas para introduzirem "aperfeiçoamentos" na
ideia original: E como nem sempre estejam em condições
de
fazê-lo, assistimos a uma lamentável deformação do que antes era tão simples e
tão puro. Daí surgirem os dogmas e daí as verdadeiras contorções mentais
necessárias para "explicar" verdades tão singelas e, ao mesmo tempo,
tão profundas.
Testemunhas do impulso que vem
tomando a legítima ideia espírita em todo o mundo, não tememos pelo seu futuro:
é sempre útil, entretanto, um exame de consciência para nos certificarmos se
estamos dando tudo quanto podemos à ideia que abraçamos ou se não estamos
contribuindo, de um jeito ou de outro, para deformá-la e desviá-la de suas próprias
finalidades e objetivos.”
Hermínio Miranda
No artigo sob título ‘Lendo e Comentando’
o autor faz comentários sobre artigos
do periódico ‘Two Worlds’.
‘Reformador’ (FEB) Novembro 1962
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