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segunda-feira, 14 de outubro de 2019

A prisão de Jesus



A Prisão de Jesus

26,47  Jesus ainda falava, quando veio Judas, um dos doze, e, com ele, uma   multidão de gente armada de espadas e de paus, enviada pelo sumo sacerdote e pelos anciãos do povo. 
26,48  O traidor combinara com eles este sinal: Aquele que eu beijar é Ele, prendei-O. 
26,49 Aproximou-se imediatamente de Jesus e disse: Salve Mestre! e beijou-O. 
26,50  Disse-lhe Jesus:
 “ -É para isso que vens aqui?” Em seguida, adiantaram-se eles e lançaram mão em Jesus para prendê-Lo. 
26,51  Mas, um dos companheiros desembainhou a espada e feriu um dos servos do sumo sacerdote, decepando-lhe a orelha. 
26,52  Jesus, no entanto, lhe disse: “ -Embainha tua espada, porque todos aqueles que usarem da espada, pela espada morrerão. 
26,53  Crês tu que não poderia invocar Meu Pai e Ele Me enviaria  de imediato mais de doze legiões de anjos?
26,54 Mas, como se cumpririam as Escrituras, segundo as quais é preciso que seja assim?”  
26,55  Depois, voltando-se para a turba, falou: “ -Saístes armados de espadas e de paus para prender-me como se Eu fosse um malfeitor. Entretanto, todos os dias Eu estava sentado entre vós ensinando no templo e não Me prendestes. 
26,56  Mas, tudo isto aconteceu porque era necessário que se cumprissem os oráculos dos profetas.” Então, os discípulos o abandonaram e fugiram.                                                                                   
         Para Mt (26,47-56) -A Prisão de Jesus-, encontramos em “Elucidações Evangélicas” de A. L. Sayão, o que se segue:

            “Estes trechos apenas referem fatos históricos, que não reclamam comentários.

            Juntamos aqui, às dos três outros Evangelhos, com os quais unicamente temos nos ocupado, a parte correspondente do de João, para darmos a narrativa integral dos fatos de que tratamos, visto que as narrações evangélicas se completam e explicam umas pelas outras.

            Tudo o que se deu com relação à prisão de Jesus, que de tudo quanto aconteceu sabia de antemão, assim como com relação ao ato de Pedro contra Malco e à cura deste, constituiu um exemplo de caridade, de paciência e de poder.

            Pelo que concerne à queda dos primeiros que avançaram para se apoderarem do Mestre, resultou de uma ação fluídica exercida pelos Espíritos que o cercavam. Foi um fato semelhante aos que hoje se podem observar nas sessões espíritas. A cura da orelha de Malco, Jesus a operou, tocando-a. Cumpre notar que ela fora cortada, porém, não decepada.

            Quanto às palavras dirigidas a Pedro: Embainha a tua espada, etc., encerram um ensinamento, que o Mestre nos ofereceu, mostrando que jamais devemos defender-nos com violência, com armas materiais; que somente devemos usar das armas morais: a paciência, a doçura, o amor e a caridade; que serão punidos segundo a lei de talião os que, usando de armas materiais, derem prova que desprezam os ensinos, os exemplos, os mandamentos. Continham igualmente uma advertência aos que, de futuro, se ririam e constituiriam diretores da sua Igreja, dando-lhes a ver que nunca deveriam fazer deste mundo um reino para si, empunhando armas materiais, como instrumentos de justiça humana, ou de defesa contra os ataques exteriores. O mancebo que seguiu a Jesus, conforme dizem os Evangelistas, envolto num lençol, simbolizava a lei antiga, que trazia consigo o emblema da morte. Detida no seu curso, ela se despoja de suas insígnias e se mostra tal qual o Senhor a fez. Também nós nos devemos despojar das insígnias da morte.

            Estamos envoltos em fraudes, maldades e vícios. Esse o lençol que nos cobre. Abandonemos esse invólucro fúnebre, como o fez o mancebo de que falam os Evangelistas, nas mãos dos que tentem embaraçar-nos os passos na senda do progresso moral e apresentemo-nos ao Senhor nus, isto é, com um coração puro, tal como Ele no-lo deu. Acompanhemos o Cristo no seu trajeto para o Pretório, deixando pelo caminho os nossos vícios e paixões, causa da sua ida até lá. Sigamo-lo, trilhando as sendas que Ele traçou a assim abrandaremos os sofrimentos que lhe causamos à sua passagem pela Terra.”  

        Para Mt (25,50) -Ensejo ao Bem, encontramos em “Caminho, Verdade e Vida” de Emmanuel por Chico Xavier, o que se segue:

            “É significativo observar o otimismo do Mestre, prodigalizando oportunidades ao bem, até ao fim de sua gloriosa missão de verdade e amor, junto dos homens.

            Cientificara-se o Cristo, com respeito ao desvio de Judas, comentara amorosamente o assunto, na derradeira reunião mais íntima com os discípulos, não guardara qualquer dúvida relativamente aos suplícios que o esperavam; no entanto, em se aproximando, o cooperador transviado beija-o na face, identificando-o perante os verdugos, e o Mestre, com sublime serenidade, recebe-lhe a saudação carinhosamente e indaga:

             Amigo, a que vieste ?

            Seu coração misericordioso proporcionava ao discípulo inquieto o ensejo ao bem, até ao derradeiro instante.

            Embora notasse Judas em companhia dos guardas que lhe efetuariam a prisão, dá-lhe o título de amigo.

            Não lhe retira a confiança do minuto primeiro, não o maldiz, não se entrega a queixas inúteis, não o recomenda à posteridade com a acusações ou conceitos menos dignos.

            Nesse gesto de inolvidável beleza espiritual, ensinou-nos Jesus que é preciso oferecer portas ao bem, até a última hora das experiências terrestres, ainda que, ao término da derradeira oportunidade, nada mais reste além do caminho para o martírio ou para a cruz dos supremos testemunhos.”




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