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quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Trabalho!


Trabalho!
Ernani Cabral
Reformador (FEB) Maio 1944

Se o trabalho foi considerado, outrora, como um ato vil, imposto aos "homens inferiores" hoje ele é tido, justa e exatamente, como função nobre da atividade humana, em busca da perfeição, que só por seu intermédio poderá ser atingida, no porvir.

Qualquer labor honesto é digno de encômios, porque todos cooperam para a grandeza coletiva, cada um no setor que lhe é próprio, seja no exercício de ações manuais ou físicas, seja no campo das atividades mentais, incluindo-se nestas as artísticas, científicas e as morais ou religiosas.

O Universo é um todo coordenado, de planos diferentes, desde os mundos primitivos aos celestiais, dirigidos, em seu conjunto, pela vontade de Deus, que é onisciente e absoluta, repleta de misericórdia.

Até os planetas de expiação, como o nosso, embora prenhes de maldades e de injustiças, cooperam para a grandeza da obra divina, que é perfeita no seu todo, e servem de estágios ou de vastas escolas de regeneração, onde as almas grosseiras se rustem, para burilar o diamante divino da sua essência.

Se a vontade é livre, como formoso atributo do Espírito; se a criatura abusa de seu arbítrio e fere as leis morais que regem o Universo, com desequilíbrio de sua felicidade ou da marcha evolutiva que lhe foi, naturalmente, traçada; se “a cada um segundo as suas obras", como o Divino Mestre frisou, é justo que o Espírito se humanize e venha a sofrer em mundos inferiores, para que afinal compreenda que "só o amor constrói para a eternidade".

Aqui o ser expia, tem provações, retempera-se e poderá ascender, se quiser, às regiões mais elevadas, porque cada um trabalha no tecido de sua própria túnica e cria, pelos seus atos, a densidade do perispírito, pois a bondade o vai desmaterializando, enquanto que a maldade o tornará grosseiro e compacto, chumbando-o à Terra, com suas paixões e pecados.

Jesus mesmo proclamou:' "eu e meu Pai obramos incessantemente." (João, 5:17).

Até o Divino Mestre peleja no bom trabalho de nos orientar e de nos redimir, ensinando-nos o caminho da salvação e dirigindo a marcha evolutiva dos Espíritos jungidos à Terra, até libertá-los do pecado. E Deus, que é estático em suas leis eternas e imutáveis, mas dinâmico em sua criação, que é contínua e que sempre se transforma, dentro daquelas leis preestabelecidas, nos dá o exemplo do trabalho constante, útil e fecundo, em prol da sua e da nossa humanidade e de toda a criação!

Também Kardec, o codificador do Espiritismo - a terceira revelação do Senhor - deixou-nos o lema de "trabalho, solidariedade e tolerância".

Devemos cooperar para a obra divina, cônscios de nossas responsabilidades! Precisamos compreender que somos artífices desse labor esplendoroso, cujo supremo diretor é Deus e cujo Mestre é o seu Cristo - expressão de pureza e de amor para a Terra.

Toda a vez que persistimos no pecado, teimando em quebrar o ritmo evolutivo ambiente, somos comparados a maus operários que desbaratam energias, solapando a grande obra e fugindo ao cumprimento dos deveres. Esse gesto de insânia, ou de imperfeições, não chega a macular a perfeição do conjunto mas volta-se contra nós mesmos, imprimindo no perispírito do pecador o estigma de sua rebeldia.

Felizes dos que, sentindo-se falíveis tem a humildade de pedir ao Divino Mestre constantemente, forças para ascenderem como operários destemerosos dessa bela, obra, que é infinita e perfeita, como expressão da bondade e da magnificência do Criador!

Trabalhando, pelejando pela nobre causa da implantação do "reino da fraternidade", servindo a Jesus com paciência, abnegação e fé seremos dignos dele, por havermos acreditado em suas palavras, que são eternas e verdadeiras porque provêm de Deus! 


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