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domingo, 17 de setembro de 2017

Horas Claras


Horas Claras
Sylvio Brito Soares
Reformador (FEB) Junho 1944
  
O ensaísta inglês século passado, Hazlitt, descobriu, certa ocasião, nos arredores de Veneza, esta bela inscrição: Eu só conto as horas claras. Esta frase, em sua singeleza, encerra uma lição profunda para nós, espíritas. Adverte-nos que Deus só considera dignas de apreço as horas claras do nosso viver. A maior soma delas habilita-nos a fruir sutis, harmoniosas e doces vibrações espirituais.

É precisamente essa claridade imperecível de nosso ser anímico, que torna fácil o nosso acesso às puras regiões do amor divino. Os nobres impulsos de nosso coração se transformam em pétalas de luz e as suas paixões lúgubres enodoam as nossas almas! Que felicidade inaudita será a nossa no dia em que nos habituarmos a registar no mostrador imenso do relógio da eternidade da vida, somente horas claras de amor, de virtude, de piedade, de trabalho, de sacrifícios e de holocaustos de fé! 

As horas sombrias da vaidade, do orgulho, da ambição, da luxúria e do ódio oferecem, a princípio, a ilusão de se tornarem, num futuro próximo, o melhor padrão do nosso heroísmo e a mais nobre herança que poderemos transmitir aos nossos descendentes. Quando, porém, essa ilusão se desvanece e as horas sombrias começam a badalar tenaz e soturnamente no recesso de nossas almas, é que vamos aprender, compreender e sentir que só na luz clara que emana do trabalho-amor está a força capaz de fazer girar os ponteiros do relógio da nossa evolução eterna! 

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