O
Verdadeiro Espírita
Ninguém deve procurar no Espiritismo
senão o que possa concorrer para o seu progresso moral e intelectual, porque o
objetivo supremo do Espiritismo é melhorar os homens, é promover a reforma
moral da criatura humana.
O verdadeiro espírita não é
certamente aquele que crê nas manifestações, porém, aquele que se aproveita dos
ensinos que os Espíritos nos têm dado, no sentido de praticar os velhos
princípios cristãos, que agora, estão sendo restabelecidos nas mesmas bases em
que Jesus Cristo os erigiu, naquela pureza primitiva, simples e divina, sem
ídolos, dogmas e ritualismo, sem culto externo, nem atos litúrgicos.
A doutrina espírita não se impõe,
não é intolerante, nem exclusivista.
É, na realidade, a concretização
perfeita do Cristianismo na pureza e humildade dos tempos de Jesus.
Ela está triunfando evidentemente porque
nasceu nos braços da ciência, que é a sua base fundamental, evolve com os
princípios da mais espiritualizada filosofia e colima (observa por meio de
um instrumento apropriado) necessariamente a religião primitiva de Jesus-Cristo,
nosso divino Mestre,
Senhor e Salvador.
Ela, apoiada nesse fundamento,
jamais estacionará, acompanhará naturalmente, como doutrina progressista que o
é, a ciência, incorporando ao seu patrimônio doutrinário as descobertas e
revelações científicas, combatendo sempre o milagre, a crendice, o maravilhoso,
o sobrenatural, as superstições e defendendo, intransigentemente, o livre exame
e a liberdade de pensamento e de consciência. Combate o erro e a má fé, a
hipocrisia e o fanatismo.
O Espiritismo é a religião do foro
íntimo, do culto das virtudes, cristãs; não tem ritos, sacramentos
e cerimônias. Está fundado num princípio eterno: "Fora da caridade não há salvação". Conhecem-se os verdadeiros
espíritas, que são sacerdotes da própria salvação, pelo constante
empenho e viva preocupação de se fazerem cada vez melhores e se tornarem úteis e
bons servidores dos seus semelhantes.
Os que se dizem espíritas, mas não
se esforçam para promover o seu aperfeiçoamento espiritual,
podem ser considerados convencidos da doutrina, porém, nunca convertidos à
doutrina. Os verdadeiros espíritas, os espíritas cristãos, não fazem jamais o
mal e não perdem oportunidade de fazer o bem. Amam o amigo e muito mais ainda o
inimigo. Aliás, devo observar que os espíritas não podem ter inimigos. São sempre
amigos sinceros de todos, leais, desprendidos e desinteressados, porque não
podem ser espíritas os que exploram ou enganam os seus semelhantes; os que se
ocupam de cartomancia, sortilégios ou adivinhação para iludir e mistificar,
atribuindo-se falsas faculdades para embair a boa fé dos ignorantes.
Todo trabalho ou serviço prestado,
em nome do Espiritismo, não deve absolutamente visar qualquer remuneração ou
recompensa direta ou indireta, uma vez que sabemos que a caridade é a alma da
nossa doutrina. Sejamos bons, humildes e virtuosos, façamos sempre o bem e
nunca o mal e estaremos naturalmente caminhando para Jesus, nosso divino Senhor.
Djalma Farias
Reformador (FEB) Novembro 1947
Nenhum comentário:
Postar um comentário