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sexta-feira, 10 de agosto de 2012

4. A religião de nossos pais; a religião de nossos filhos





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A religião de nossos pais;
A religião de nossos filhos.

           
            O fato histórico da origem e progresso do Cristianismo se desdobra do seguinte modo: Sob o reinado do Imperador Tibério, Jesus de Nazareth se levanta na Galileia, fala e se agita como um profeta judeu, anunciando a próxima vinda do Reino de Deus (falava em Deus e não em FORÇA – INTELIGÊNCIA UNIVERSAL – porque não o compreendiam por outra forma), e recomendando aos homens de se tornarem melhores a fim de cada um se assegurar de um lugar nesse Reino. (Mundos existentes no Universo). Ele reuniu fieis, quando a prepotência interrompeu sua carreira; mas sua obra não pereceu. Ele se achou no centro de uma nova religião, que se estende no mundo grego romano e ao mesmo tempo se separa do judaísmo. Esta religião se firmou pouco a pouco, feita de numerosos prosélitos e acabou por inquietar o Estado Romano que a perseguiu, mas não pode parar o seu surto. O Imperador Constantino a tolera, como veremos, e ela o ganha, impelindo-o contra o paganismo.

            Vejamos o seu desenvolvimento.

            O Cristianismo desde o primeiro século se apresentava como uma religião oriental, às vezes mística e prática, pois que, de um lado, ele repousava sobre a revelação divina e prometia a Salvação Eterna por um Mediador Todo-Poderoso e, do outro lado, ele pretendia instaurar sobre a Terra uma vida nova, toda de amor e virtude. Havia, pois o desejo de utilidade aos homens dotados da mesma esperança. O Cristianismo se mostrava desde logo rebelde a todo o sincretismo; mas ele era ainda muito simples, pois podia acolher e assimilar quase, sem fazer atenção, as mais derramadas aspirações religiosas e usos rituais, que ele ia encontrar sobre o terreno grego romano. Se no século III, como veremos, ele se achava nos casos de fazer face vitoriosamente a todo o sincretismo pagão, é que ele próprio tornou-se um sincretismo no qual se reuniam todas as ideias fecundas, todos os ritos essenciais da religiosidade pagã. Não se resolvia a considerar a religião cristã como uma das religiões humanas; procurava-se a lhe conservar uma originalidade, da qual o desejo tinha mais de uma raiz no postulado teológico da Revelação. A ideia da Igreja Cristã nasceu da transplantação da esperança cristã da Palestina sobre o terreno grego de sua universalização. Foi a cultura helênica nessa admirável Escola de Alexandria, cuja origem foi a glória e que termina a grande obra, a transformação do Cristianismo em filosofia revelada e perfeita.




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