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quinta-feira, 26 de abril de 2012

Viver e Existir



Viver e Existir
           
            Comece a viver, amando. Enquanto Você não doar um tanto de sua própria alma na edificação daqueles que partilham de sua caminhada na presente experiência reencarnatória, Você continuará existindo apenas.

            Existir, porém, não é viver. Existimos no mundo por força da Criação Divina.

            Não poderemos, entanto, equiparar-nos aos vegetais e aos animais que desfrutam conosco a escala zoológica apenas num degrau inferior, simplesmente desfrutando um lugar ao sol.

            Somos chamados a desenvolver-nos em sentido maior. Deveremos criar, também, à nossa volta.

            Criar, contudo, apenas no sentido de conforto físico não nos faz melhores que um joão-de-barro, que também edifica a sua própria casa; ou que uma serpente que apropria o seu covil. Certo é que nossas obras poderão ser mais sofisticadas, já que utilizamos os apêndices que a Providência Divina nos oferece por braços e mãos e a imaginação que desenvolvemos no curso de milênios de busca do bem-estar.

            Nossa criação deve tender para o sublime.

            Serão os bens do campo da alma - únicos que não se destroem com o tempo e nem podem ser tomados indebitamente, já que ninguém manuseará o que somos na intimidade do ser.

            Integremo-nos na ação divina. O mundo precisa de nossa colaboração, a fim de dinamizar o seu panorama espiritual, para crescer no sentido da própria vida, sem que sejamos semelhantes a parasitas que sobrevivem da seiva alheia.

            Quanta insatisfação - por lutar contra a nossa natureza.

            Quanta frustração - por alimentar-nos de ilusões.

            Quanto egoísmo - por sermos tardos de afeto.

            Quanto orgulho - por não medir o que ignoramos.

            Quanta angústia - por existir sem viver.

            Uma percentagem arrasadora de nossos sofrimentos pode ser imputada a essa atitude de ausentes da vida, já que nos comprazemos em apenas existir e proclamamos a existência qual se fora a própria vida.

            Só o amor faz-nos nascer para a Vida.

            Estamos, quase todos, num longo e moroso processo de gestação espiritual, ignorando a real luz de nosso mundo, porque preferimos existir embrionariamente, fugindo da delivrance maior.

            Integremo-nos com nossos semelhantes. Sirvamos sempre. Aprendamos a viver, aprendendo a amar.

por Frederico Telles 

inReformador’ (FEB) Março 1974





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