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quarta-feira, 27 de junho de 2012

Quid est veritas?



Quid est veritas?  JUN 27

                    
            Inquiriu Pilatos: “Tu és rei?”
            Tornou Jesus: “Sim, eu sou rei. Para isso nasci, e por isso vim ao mundo: para dar testemunhos à verdade. Todo o homem que é da verdade dá ouvidos à minha voz.”
            Observou Pilatos: “Quem é a verdade?” E, dito isto, voltou a ter com os judeus e declarou-lhes: “Eu não encontro nele crime.”  João,  18,  23 ss


            “Que é a verdade?...”

            O cético romano não esperou pela resposta de tão momentosa pergunta.

            E diante dele estava o único homem que podia definir a Verdade.

            Todos os filósofos do paganismo revolveram na mente angustiosa interrogação: Que é a Verdade?... Existe a Verdade?... É atingível a Verdade?...

            Aristóteles desce ao túmulo sem perceber o eco ao brado da sua inteligência.

            Platão expira sem ver satisfeitos os anseios do seu coração.

            Paulo de Tarso, às portas de Damasco. Interroga ao invisível vencedor o que é a Verdade...

            Agostinho, no mais aceso das suas saudades metafísicas, só pede a Deus uma coisa: o conhecimento da Verdade...
           
            A Verdade, ó Pilatos de todos os tempos e países, é esta: que aquela ruína humana do pretório é a Verdade e a Vida, é o Rei da Verdade, veio ao mundo para fundar o Reino da Verdade, e os seus vassalos são palavras da Verdade.

            Entretanto... o seu reino não é deste mundo. Está no mundo, sim, neste mundo da ilusão e da mentira, mas aqui não nasceu, daqui não partiu, aqui não tem sede permanente, aqui não será o seu termo final...

            Quem é do Cristo é amigo da Verdade...      


Huberto Rohden
in “Em Espírito e Verdade”
Edição da Revista dos Tribunais, SP – 1941  



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