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SESSÃO DE 29 DE NOVEMBRO DE 1939
Comunicação final, sonambúlica
O despertar da igreja de Roma. – O que lhe revelam os acontecimentos da atualidade. - Porque e para que cumpre que os espíritos atentem na obra da igreja e a estudem. – As responsabilidades que lhes pesam. - Assombro que causa a visão da nova estrela guiadora.
Médium: J. CELENI
Paz em vossos corações.
Os altos dignitários da Igreja de Roma despertam enfim do prolongado sono de tantos séculos e começam a perceber todos os malefícios oriundos da subversão dos princípios morais dos ensinos do Cristo de Deus.
Começam a ver nos acontecimentos que se desenrolam na Terra os frutos maléficos das palavras fementidas, sem raízes no sentimento da Verdade e da Moral cristã. E, mal despertos, entram a ver as consequências de terem procurado colocar a luz debaixo do alqueire.
Há um como atordoamento neles, porque os próprios alicerces de seus templos estão minados pela mão da impiedade, pela ação do egoísmo, pela torpeza da mentira. E temem a derrocada final e a responsabilidade tremenda perante Aquele de quem se diziam vigários na Terra.
Meus filhos, fui sacerdote noutros tempos, quando a crença era simples e mais simples ainda os corações; quando o mundo tinha mais poesia, menos progresso material e, por conseguinte, era mais equilibrado e mais consentâneo com os ensinos de Nosso Senhor Jesus Cristo.
As almas, porque eram simples, respeitavam os sacerdote, bebiam-lhe as palavras e o estimulavam para o cumprimento do dever.
Hoje, tudo mudou. Não se pode mais servir ao Cristo, emparedado nos templos ou nos mosteiros. A turba que os procura leva nas almas o estigma das paixões que rugem temerosamente no mar da vida. As orações não possam dos lábios e os seus efeitos não nulos.
Que será, do mundo, que será dos seus ideais de esperança e fé, se o olhar do grande condutor não se estender para todos os que lhe foram confiados?
De fato, os homens não podem subir (1) até ao lugar em que se encontra o Messias, porque o Messias se graduou no mais alto ponto da evolução moral. Mas os de boa vontade, os que, apesar do todos os seus pecados, desejam encontrá-lo, esses receberão Dele eflúvios de paz e de amor e a luz orientadora para a escalada definitiva até o seu trono de glória.
Os espíritas, novos levitas, são aqueles convidados que o Pai de família mandou arrebanhar para o seu banquete. E’ preciso que eles atentem na obra da Igreja que conduziu a humanidade até aos dias atuais e estudem essa obra, distinguindo-lhe os acertos e os erros, para aproveitar-se daqueles e precatar-se destes, a fim de poderem na obra da debacle e desfraldá-lo no templo das praças públicas, conclamando o supérstites das hecatombes à penitencia e à regeneração.
E’ preciso que eles armazenem nos seus corações Os cabedais necessários a essa obra e que seja sacerdote verdadeiro aquele que sinta em si a alma do sacerdote, que saiba renunciar às coisas do mundo, imitando o Cristo, seu Mestre, nos atos de caridade e de amor ao próximo.
Meus filhos, são tremendas as vossas responsabilidades e perigosa a vossa estrada. Não olvideis as vossas condições de criaturas pecadoras e buscai no seio amantíssimo do Cristo a fortaleza para o vosso labor e os materiais indispensáveis a tornardes realmente invulneráveis os baluartes de vossa defesa.
O mesmo assombro, o mesmo pavor que apodera dos dignitários da Igreja na Terra também lhe assaltam as hostes do além tumulo.
Quando eles pensavam que seus cânticos de vitória iam retumbar por todos os recessos do Infinito, começam a divisar ao longe a nova estrela guiadora, avançando à frente dos precursores do Consolador anunciando, que se aproxima para que se cumpra a promessa do Cristo de Deus.
Meus filhos, elevemos os nossos Espíritos até ao trono do excelso Mestre e peçamos uma lágrima redentora para a humanidade que padece a tortura da expiação. Peçamos ao divino Pastor que defenda a Casa de Ismael, que lhe coloque às portas as sentinelas do seu amor, a fim de que a treva não a assalte de surpresa, derrubando os pobres calcetas que na carne procuram servi-la. Permita Ele que aqui se comungue a verdadeira hóstia da fraternidade, produzindo-se um ambiente cristão e capaz de todas as redenções.
Deus vos abençoe, meus filhos. Que a sua paz e o se amor vos levem aos vossos lares com a consciência tranquila do dever cumprido. – Romuldo. (D. Romualdo de Seixas).
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(1) Referencia à passagem do Evangelho de João, que fora pouco antes estudada, a em que se lêem estas palavras de Jesus: ‘Ainda por um pouco de tempo estou convosco; depois, vou para aquele que me enviou; procurar-me-eis e não me achareis e onde eu estou não podeis vir. (Cap. VII, v. 33 e 34).
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