Tema para Meditação
por
Rodolfo Calligaris
Reformador
(FEB) Jan 1961
Encontramos
"em "Anjo da Luz", livro do Padre Júlio Maria, os seguintes
ensinamentos:
"A predestinação é mais que a providência comum,
mais que a providência sobrenatural em geral; é uma providência especial; que
assegura aos eleitos graças eficazes para lhes fazer alcançar, infalivelmente,
a glória eterna." (páginas 140 e 157)
"Deus preparou desde toda a eternidade, para
os seus eleitos, a beatitude e a glória; e esta preparação é uma eleição, uma
predestinação especial, visto não ter sido concedida a todos os homens, nem
sequer a todos os cristãos." (página 158)
Desculpe-nos
o reverendo, mas essa doutrina não é do Cristo, não. O que o Divino Mestre ensinou
claramente, é que "Deus não faz acepção de pessoas" e "há de
retribuir a cada um segundo as suas obras". E isso foi muito bem entendido
pelos seus apóstolos, tanto que o Evangelho lhes consigna, entre várias outras
afirmações nesse sentido, as seguintes:
"Importa que todos nós compareçamos diante do
tribunal de Cristo, para que cada um receba o galardão, segundo o que tem feito,
ou bom ou mau) estando no próprio corpo." (II Cor. 5:10)
"O Senhor espera com paciência por amor de
vós, não querendo que nenhum pereça, mas que todos se convertam à penitência.”
(II Pedro, 3:9)
Como
se vê, não há aqui nada que se pareça com "providências especiais",
nem qualquer coisa que faça supor existam, perante Deus, "eleitos" e
enjeitados...
"A
perda de uns e a salvação de outros - argumenta o autor - não inclui nenhuma
injustiça da parte de Deus, pois Deus nada nos deve; a salvação é dom gratuito
de Deus, e Ele pode dar este dom a quem o
quiser. O dono de um objeto não pode dispor dele à vontade?" (página
169)
Que
lógica, hem! Nem mesmo um materialista raciocinaria assim!
Francamente,
se Deus agisse dessa forma, seria mais imperfeito que muitas de suas criaturas.
Qual o pai ou a mãe, por exemplo, que, podendo dar algo a todos os seus filhos,
haveria de deixar alguns de mãos abanando?
Ora,
se os pais terrenos, com todas as suas limitações, são incapazes de tal
iniquidade, atribuí-la ao Pai celestial constitui heresia inominável.
Mas
não é só. Na obra citada, ensina ainda o piedoso sacerdote:
"Deus
faz concorrer o mal à manifestação dos seus atributos e à harmonia de sua obra.(!)
E'
fácil compreender isto. O bem é uma luz... O mal é uma verdadeira sombra. A
sombra serve, num quadro, para fazer sobressair a luz; uma dissonância serve
numa sinfonia para preparar os acordes harmoniosos; o mal, tal uma sombra, uma
dissonância, faz sobressair os dons concedidos aos bons." (pág. 167)
“A
obra divina deve a sua harmonia (pasmem!) não somente às irradiações celestes,
mas também às sombras do pecado e da reprovação.
Esta
sombra divina deve ser iluminada, não somente pela glória dos eleitos, mas
também pelo horror terrível e sublime do inferno." (pág.168)
É
como digno remate a esses raciocínios: A existência do inferno é uma
necessidade; é uma obra de justiça e de amor de Deus," (pág.
170)
Parece
incrível, pois não? Mas é o que lá se encontra, apenas, sem os grifos, que são
nossos. Como é diferente a linguagem do Cristo!
"Que vos parece - diz o meigo Rabi da Galiléia
- se um homem tiver cem ovelhas, e uma delas se extraviar, não deixa as noventa e nove e vai aos montes
procurar a que se extraviou, ATÉ QUE A ACHE? E depois de a achar, não a põe sobre seus ombros, cheio
de gosto, e, vindo a casa, diz aos amigos e vizinhos: congratulai-vos comigo, porque achei
a minha ovelha que se havia perdido? Assim, haverá maior júbilo no céu por um pecador que
fizer penitência, que por noventa e nove justos que não hão mister de penitência." (Lucas, 15: 4 a 7. )
*
Confrontemos,
agora, esses doutrinamentos:
Segundo
o autor do livro "Anjo da Luz", Deus predestina alguns eleitos às
delícias do céu, cercando-os de graças eficazes para que alcancem,
infalivelmente, essa bem-aventurança, enquanto permite que o Mal tome conta do
mundo, para perdição do resto da Humanidade! Depois, julga-se no direito de
castigá-la, condenando-a ao fogo eterno, e ainda se deleita com esse espetáculo
porque... "a obra divina deve ser iluminada, não somente pela glória dos
eleitos, mas também pelo horror terrível e sublime do inferno"!
Com
tais ensinos, é de se admirar haja por aí tanto ateísmo e indiferença
religiosa?
Como
atrair os homens para a Religião, como despertar neles o amor a Deus, se
aqueles mesmos que se inculcam Seus ministros O apresentam
desta forma, com esse caráter medonho, mais se parecendo a Satanás?
Segundo
o Espiritismo, entretanto, Deus é Pai, imparcial e amoroso. Se exerce a Sua Justiça,
dando a cada um segundo o seu merecimento, não se esquece, todavia, dos
extraviados, e vai lhes ao encontro, dá-lhes oportunidade de se redimirem
(pelas reencarnações expiatórias) e se alegra com isso porque... "não é de
Sua vontade que pereça um só destes pequeninos"!
Qual,
leitor amigo, a concepção que mais e melhor exalta os atributos da Divindade?
Olá Aron. Tenho 20 anos. Há algum tempo fui em um centro espírita, pois tenho alguma meniudade, cheguei a começar o tratamento, porem com medo do despertar que isso me trouxe fiquei com medo e deixei de ir. Estava dormindo e fui acordada com uma espécie de grito dizendo " Aron". Ao pesquisar, lhe encontrei. Não sei se isso quer dizer alguma coisa, mas busco a minha paz e a paz de quem quer que seja. Se achar que pode me ajudar de alguma maneira, entra em contato, por favor. Tamyfigueiredo@gmail.com
ResponderExcluirComo nos ensina Kardec, a presença dos espíritos em nosso cotidiano é maior do que imaginamos. Na realidade, são eles que orientam muitas de nossas ações. Permitimo-nos sugerir apenas que retorne à casa espírita, assista às palestras, una-se a um grupo de estudos doutrinários, e, finalmente, avalie com a direção da Casa da conveniência de iniciar o desenvolvimento de sua mediunidade. Esse é o caminho de muitos e, achamos, pode ser o seu também. Fraternalmente,
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