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‘Revelação dos Papas’
(Obra Mediúnica)
- Comunicações d’Além Túmulo -
Publicada sob os auspícios da
União Espírita Suburbana
Rua Dias da Cruz 177, Méier
Officinas Graphicas d’A
Noite
Rua
do Carmo, 29
1918
João Evangelista
O espírito, que se
apresenta debaixo da forma de um homem moço,
usa barba muito curta,
usa barba muito curta,
tem cabelos castanhos
e longos, caídos para traz em cachos,
veste túnica branca e traz sobre
veste túnica branca e traz sobre
os ombros uma capa azul e na mão uma cruz.
Circundam o espírito raios prateados e brilhantes,
Circundam o espírito raios prateados e brilhantes,
contrastando com
focos de luzes verde e azul índigo (azul pavão),
produzindo belíssimo efeito.
produzindo belíssimo efeito.
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Venho trazer meu pequeno óbolo de
caridade, venho também colaborar na grande obra da reconstrução moral do mundo.
Não podia eu que sempre fui servente nas grandes obras, nas grandes
construções, deixar de vir também trazer a minha pedra para o grande edifício
da paz, da caridade e do amor; e Deus permite que me comunique com a Terra e me
empenhe na obra da grande regeneração da humanidade, repetindo as palavras do
meu querido Mestre: “Sede
prudentes, para serdes sábios.”
Quis Jesus dizer nestas palavras que
não são sábios os que muito falam, os que mais blasonam sentimentos de fé e
caridade; que não são sábios os que gritam e vociferam nas ruas, nas estradas e
no interior das sinagogas, porque a sabedoria é cautelosa e prudente; os sábios
são os que menos falam, mas os que obram sempre com acerto e segurança. É,
pois, na prudência e na cautela que está a grande sabedoria, que existem a
virtude e o mérito.
Deus vos deu a inteligência e a razão
para que elas vos guiem, vos conduzam ao paraíso - a inteligência é o farol que
ilumina o barco da vida; a razão é a bússola que marca o rumo ao navegante e o
leva às plagas queridas e sonhadas pelo timoneiro. Mas, entre uma e outra é
preciso que exista a prudência como mediadora, para regular os movimentos e os
impulsos dos outros dois predicados que Deus dá ao homem, como um dote valioso,
ao entrar este na vida.
A inteligência sem a razão ficaria
como o cego sem o seu guia, no meio do caminho à beira do abismo. A
inteligência impulsiona e ilumina; a razão norteia, regula, orienta, conduz,
guia a criatura no mar tempestuoso da vida. A prudência faz meditar, dá a
reflexão e o cuidado; avisa o homem, instrui-o sobre os perigos prováveis, as ciladas
que os inimigos possam preparar-lhe; dá a calma e a severidade para enfrentar
os revezes, suportar as dores e sofrer os baldoes da sorte.
O homem prudente age sempre com
vantagem, os seus atos são justos e as suas decisões sábias e seguras. O homem
prudente é o mais inteligente e o mais sábio, porque a prudência dá a previsão
e a clarividência indispensável a toda criatura que deseja caminhar desassombradamente,
sem que os espinhos e as urzes da estrada lhe dilacerem as carnes e produzam chagas
nos seus pés. Portanto, ser prudente e cauteloso é ser sábio e clarividente, é
ter a visão exata das coisas, é poder medi-las antes de as conhecer e possuir: -
a sabedoria está na prudência, assim como a verdade está na luz.
O homem prudente produz mais que o
imprudente, ganha mais que aquele que não possui tal qualidade; a sua ação é
mais benéfica e mais útil que a do incauto e a do precipitado. A prudência é a
maior força que Deus pôs na mão do homem, a maior felicidade que possui a
criatura, pois que esta força atua sempre positivamente em todos os sentidos,
ao passo que as outras só negativamente operam no mundo.
A justiça e a ordem não poderiam
existir se não existissem a prudência e cautela. Estes dois predicados são os
grandes reguladores daquelas duas virtudes.
A justiça sem a prudência seria o
crime, a desordem, a violação, a postergação de direitos, a confiscação dos
bens morais. O juiz que não possui a virtude da prudência não merece o título
de sábio, as suas decisões não têm o valor de sentença, pelo fato de não se
apoiarem na razão, no raciocínio e na reflexão - que só a prudência pode
fornecer. A justiça deve, pois, andar sempre de par com a cautela e a
prudência; jamais se poderá julgar com acerto sem estes dois elementos,
indispensáveis a todo o bom julgador que procure aproximar-se o mais possível
da verdade.
Ser prudente é ser sábio, é ter luz,
é ter norte, é estar orientado na vida. Ser prudente é caminhar seguro do
percurso que se vai fazer, é conhecer os acidentes do caminho, é estar avisado
para não cair nos grandes lameiros que dificultam a marcha na estrada perigosa
da vida. Ser prudente é saber de antemão para onde vamos e o que nos aguarda; é
ter desde hoje conhecimento do dia de amanhã, é antever o bem e o mal que nos
esperam; é poder calcular o caminho percorrido e que nos falta ainda percorrer;
é ter certeza do tempo que gastaremos para chegar à meta sonhada.
Eu vos aconselho que sejais prudentes
para serdes sábios, a refletirdes para poderdes chegar ao fim da jornada sem
fadigas, nem cansaço. Eu vos concito a vos preparardes para o dia de amanhã, a
vos tornardes sábios pela prudência e pela cautela, para que a vossa
inteligência não vos iluda, para que não vos falte a luz necessária ao vosso
progresso. Eu vos aponto o caminho da prudência como o melhor e o mais seguro
para conduzir-vos ao paraíso e à felicidade.
Sede prudentes para serdes
esclarecidos pela luz divina, e cautelosos para que não vos faltem a calma e a
reflexão de que tanto careceis para a viagem que vinde fazendo na vida. E ficai
certos que só aos prudentes será dado chegar cedo ao termo da jornada, ao fim
da peregrinação, à vida eterna e imortal! Ficai sossegados, porque os prudentes
serão sempre atendidos; os cautelosos serão em todos os tempos, os mais
preferidos por Deus para as grandes empresas, para as extraordinárias missões
do bem, da verdade, do amor e da caridade.
Deus vos deu a inteligência e a razão
para vos guiarem, vos orientarem, e vos deu a prudência para vos tornar sábios,
para vos instruir e vos fazer marchar com firmeza na linha reta do bem, da
verdade e da justiça, e assim, poderdes ir até o fim da vossa vida.
Deus vos manda hoje ensinamentos, vos
envia luzes e bênçãos pela boca dos seus mensageiros, pela palavra piedosa e
autoritária dos seus filhos mais diletos. Aproveitai essas lições e esses
ensinamentos; tomai-os como norma de conduta na vossa vida terrena.
Guardai-vos e acautelai-vos. Sede
prudentes para que possais tornar-vos sábios e, assim, entrar no conhecimento
das grandes verdades que vos estão sendo reveladas pelos espíritos.
Que Deus vos dê calma, prudência e
sabedoria - são os votos de
João Evangelista
Agosto de 1915
Informações complementares
João Evangelista é um dos doze
apóstolos escolhidos por Jesus e que, no dia de Pentecostes, recebeu, o batismo
do Espírito Santo. Foi também o único apóstolo que, após a condenação de Jesus,
não o abandonou, pois assistiu à sua crucificação. E, a ele, Jesus, antes de
morrer, confiou-lhe o cuidado de sua Mãe, Maria Santíssima.
Depois da morte de Jesus, João
fixou-se em Éfeso, onde fundou diversas igrejas. E, devido às suas pregações
constantes, foi perseguido e desterrado por Domiciano, que o baniu para ilha de
Patmos, onde ele recebeu a missão de escrever o Apocalipse. João era
apontado como o discípulo a quem Jesus muito amava. Dentre os doze apóstolos,
foi único que não morreu martirizado. Segundo a tradição, atingiu a idade de um
século.
página 122 do livro ‘Emissários da Luz e da Verdade’
1ª Edição 1959 Ed. Divino Mestre
- R RJ
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