15) Mediunidade
e Disciplina
por Indalício
Mendes
Reformador
(FEB) Jan 1961
Tudo
quanto se fizer para orientar os médiuns a respeito dos problemas da
mediunidade, complexos e por isto mesmo difíceis de debater, constituirá
serviço benemérito à causa espírita.
André
Luiz, o bondoso Espírito que tantas obras valiosas tem legado à Humanidade, vem
de nos brindar com mais um livro precioso - "Mecanismos da Mediunidade”,
ditado aos abnegados médiuns Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.
Trata-se
de obra utilíssima, escrita em linguagem correta, mas simples, que nos dá
soberbas lições sobre a mediunidade.
Muita
coisa já conhecida está ali descrita e é explanada em termos perfeitamente
atuais. André Luiz estabeleceu comparações muito felizes, que permitem uma
compreensão mais alta e profunda da mediunidade; demonstra extraordinárias
analogias entre os processos mediúnicos e variados fenômenos físicos, inclusive
da eletricidade e mais especialmente do mundo da eletrônica.
"Essas analogias, diz André Luiz, são
valiosas, compreendendo-se, então, por que motivo, nas tarefas mediúnicas,
organizadas para fins nobres, é sempre necessária a formação de um circuito em
que cada médium permanece subordinado ao tradicional "Espírito-guia"
ou determinado orientador da Espiritualidade."
O
estudo da mediunidade é fascinante. O campo, porém, tem muito a nos revelar. Em cada capítulo se aprende algo mais de excelente
para o acervo dos nossos conhecimentos. Fica bem evidenciado que nenhum
fenômeno ocorre à revelia dos trabalhadores do Plano Invisível. Eles estão
sempre atentos, prestando desvelada assistência aos encarnados, orientando-os,
procurando encaminhá-los bem, a fim de usufruírem os melhores resultados morais
do abençoado exercício mediúnico. Sem o concurso dos Espíritos, não há
mediunidade.
É
ponto pacífico nas tarefas mediúnicas que o médium deve disciplinar-se para
servir eficientemente à tarefa a que se dedicou. A
disciplina é fator importantíssimo na vida espírita, notadamente no trabalho mediúnico. Essa disciplina
não se limita à atividade do médium quando em direta comunhão com os Espíritos.
Ela é extensa e deve ser observada dentro e fora dos Centros, na vida
particular, nas atividades públicas, enfim, onde quer que se encontre o médium.
Disciplina
importa em vigilância e esta compreende a atitude desperta da sentinela que tem
o dever de zelar pela segurança daqueles que confiam na sua fidelidade.
Procedendo assim, a sentinela estará cuidando de sua própria segurança. Todo
espírita, principalmente aquele que exerce tarefas mediúnicas, tem necessidade
de estudar sempre e sempre a Doutrina, familiarizando-se com os prodigiosos
ensinamentos de obras espíritas como, entre outras, "O Evangelho segundo o
Espiritismo", “O Livro dos Espíritos", “O Livro dos Médiuns", “O
Céu e o Inferno", «A Gênese", repetindo a leitura, insistindo no
estudo, porque, relendo qualquer página que já tenha sido lida, encontrará
novas belezas e colherá lições que antes lhe haviam escapado.
Emmanuel,
Espírito de extraordinária elevação moral, diante de quem nos curvamos
humildemente, fez o prefácio de “Mecanismos da Mediunidade". Eis o que ele
diz em certo trecho: "Compreendemos,
assim, a validade permanente do esforço de André Luiz, que, servindo-se de
estudos e conclusões de conceituados cientistas terrenos, tenta, também. aqui,
colaborar na elucidação dos problemas da mediunidade, cada vez mais
inquietantes na vida conturbada do mundo moderno."
O
trabalho mediúnico sem disciplina pode favorecer o esforço destrutivo de
Espíritos sem o esclarecimento moral suficiente. O médium arrisca-se a
surpresas desagradáveis, de vez que despreza uma das preliminares da boa
atividade espírita: o respeito à ordem, a obediência à Doutrina e, sobretudo, a
consideração devida aos nossos sempre prestimosos e beneméritos amigos da
Espiritualidade.
O
médium deve ser pontual, fiel e preciso, preferindo sacrificar-se a sacrificar.
Deve, além disso, estudar, buscando orientar-se com quem possa ajudá-lo, todas
as vezes que não se sentir seguro na interpretação do que lê ou estuda. De preferência,
deve ler menos e estudar mais, ou melhor - deve ler, estudando, porque somente
assim poderá assimilar tudo quanto estiver nas obras a que dedicar sua atenção.
Emmanuel
adianta em seu magnífico prefácio: "Em
nosso campo de ação, temos livros que consolam e restauram, medicam e alimentam, tanto quanto aqueles que
propõem e concluem, argumentam e esclarecem." E
termina desta maneira positiva, referindo-se a “Mecanismos da
Mediunidade": "Nesse critério,
surpreendemos aqui um livro que estuda. Meditemos, pois, sobre suas páginas."
Quem
leu "Nos Domínios da Mediunidade", verá que o novo livro de André
Luiz vale por uma complementação indispensável. Que devemos fazer
com esse "livro que estuda"?
Estudá-Io atentamente. Nele aprenderemos, além de outras coisas importantes,
que a disciplina no trabalho mediúnico é fator de relevante
importância.
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