quarta-feira, 10 de julho de 2013

15. ''Mediunidade e Disciplina'



15) Mediunidade e Disciplina

por Indalício Mendes
Reformador (FEB) Jan 1961



            Tudo quanto se fizer para orientar os médiuns a respeito dos problemas da mediunidade, complexos e por isto mesmo difíceis de debater, constituirá serviço benemérito à causa espírita.

            André Luiz, o bondoso Espírito que tantas obras valiosas tem legado à Humanidade, vem de nos brindar com mais um livro precioso - "Mecanismos da Mediunidade”, ditado aos abnegados médiuns Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.

            Trata-se de obra utilíssima, escrita em linguagem correta, mas simples, que nos dá soberbas lições sobre a mediunidade.

            Muita coisa já conhecida está ali descrita e é explanada em termos perfeitamente atuais. André Luiz estabeleceu comparações muito felizes, que permitem uma compreensão mais alta e profunda da mediunidade; demonstra extraordinárias analogias entre os processos mediúnicos e variados fenômenos físicos, inclusive da eletricidade e mais especialmente do mundo da eletrônica.

            "Essas analogias, diz André Luiz, são valiosas, compreendendo-se, então, por que motivo, nas tarefas mediúnicas, organizadas para fins nobres, é sempre necessária a formação de um circuito em que cada médium permanece subordinado ao tradicional "Espírito-guia" ou determinado orientador da Espiritualidade."

            O estudo da mediunidade é fascinante. O campo, porém, tem muito a nos revelar. Em cada capítulo se aprende algo mais de excelente para o acervo dos nossos conhecimentos. Fica bem evidenciado que nenhum fenômeno ocorre à revelia dos trabalhadores do Plano Invisível. Eles estão sempre atentos, prestando desvelada assistência aos encarnados, orientando-os, procurando encaminhá-los bem, a fim de usufruírem os melhores resultados morais do abençoado exercício mediúnico. Sem o concurso dos Espíritos, não há mediunidade.

            É ponto pacífico nas tarefas mediúnicas que o médium deve disciplinar-se para servir eficientemente à tarefa a que se dedicou. A disciplina é fator importantíssimo na vida espírita, notadamente no trabalho mediúnico. Essa disciplina não se limita à atividade do médium quando em direta comunhão com os Espíritos. Ela é extensa e deve ser observada dentro e fora dos Centros, na vida particular, nas atividades públicas, enfim, onde quer que se encontre o médium.

            Disciplina importa em vigilância e esta compreende a atitude desperta da sentinela que tem o dever de zelar pela segurança daqueles que confiam na sua fidelidade. Procedendo assim, a sentinela estará cuidando de sua própria segurança. Todo espírita, principalmente aquele que exerce tarefas mediúnicas, tem necessidade de estudar sempre e sempre a Doutrina, familiarizando-se com os prodigiosos ensinamentos de obras espíritas como, entre outras, "O Evangelho segundo o Espiritismo", “O Livro dos Espíritos", “O Livro dos Médiuns", “O Céu e o Inferno", «A Gênese", repetindo a leitura, insistindo no estudo, porque, relendo qualquer página que já tenha sido lida, encontrará novas belezas e colherá lições que antes lhe haviam escapado.

            Emmanuel, Espírito de extraordinária elevação moral, diante de quem nos curvamos humildemente, fez o prefácio de “Mecanismos da Mediunidade". Eis o que ele diz em certo trecho: "Compreendemos, assim, a validade permanente do esforço de André Luiz, que, servindo-se de estudos e conclusões de conceituados cientistas terrenos, tenta, também. aqui, colaborar na elucidação dos problemas da mediunidade, cada vez mais inquietantes na vida conturbada do mundo moderno."

            O trabalho mediúnico sem disciplina pode favorecer o esforço destrutivo de Espíritos sem o esclarecimento moral suficiente. O médium arrisca-se a surpresas desagradáveis, de vez que despreza uma das preliminares da boa atividade espírita: o respeito à ordem, a obediência à Doutrina e, sobretudo, a consideração devida aos nossos sempre prestimosos e beneméritos amigos da Espiritualidade.

            O médium deve ser pontual, fiel e preciso, preferindo sacrificar-se a sacrificar. Deve, além disso, estudar, buscando orientar-se com quem possa ajudá-lo, todas as vezes que não se sentir seguro na interpretação do que lê ou estuda. De preferência, deve ler menos e estudar mais, ou melhor - deve ler, estudando, porque somente assim poderá assimilar tudo quanto estiver nas obras a que dedicar sua atenção.

            Emmanuel adianta em seu magnífico prefácio: "Em nosso campo de ação, temos livros que consolam e restauram, medicam e alimentam, tanto quanto aqueles que propõem e concluem, argumentam e esclarecem." E termina desta maneira positiva, referindo-se a “Mecanismos da Mediunidade": "Nesse critério, surpreendemos aqui um livro que estuda. Meditemos, pois, sobre suas páginas."

            Quem leu "Nos Domínios da Mediunidade", verá que o novo livro de André Luiz vale por uma complementação indispensável. Que devemos fazer com esse "livro que estuda"? Estudá-Io atentamente. Nele aprenderemos, além de outras coisas importantes, que a disciplina no trabalho mediúnico é fator de relevante importância. 

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