segunda-feira, 22 de novembro de 2021

Na missão do bem

 

Na missão do bem

Casimiro Cunha por Chico Xavier

Reformador (FEB) Outubro 1944

 

Se vais à missão do bem,

Destrói a sombra, a incerteza...

Repara as lições do Pai

No livro da Natureza.

 

A terra do lavrador

Que produz e prospera,

Não prescinde, em parte alguma,

Do aramo que a dilacera.

 

A semente destinada

Às forças de luz da vida

Precisa morrer no fundo

Da cova desconhecida.

 

Se progride, em torno à casa.

O mato bruto, inclemente,

Ninguém dispensa o recurso

Da enxada benevolente.

 

Na colheita rica e farta,

Há golpes de segador...

A farinha delicada

Passou no triturador.

 

O pão singelo ou fidalgo

Que abençoa a refeição,

Foi cozido devagar

Ao calor de alta expressão.

 

Toda vinha de esperança

De alegria, de fartura,

Exige do vinhateiro

As chagas da podadura.

 

A mesa, o leito, a poltrona,

Que servem todos os dias,

Passaram pelos serrotes

De rudes carpintarias.

 

Ouve amigo, e atende à luta!

Que seria do trabalho,

Se a bigorna escapulisse

Das vivas ações do malho?

 

Que seria da candeia,

No instante justo de arder,

Se o óleo fadado à luz

Quizesse permanecer?

 

Se vais à missão do bem,

Não olvides, meu irmão,

Que o suor gera o serviço,

Em busca da perfeição.

 

Consome-te no dever,

Sê, tu mesmo, a claridade,

Jesus, para ser Senhor,

Foi servo da Humanidade.


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