Os maiores propagandistas
do Espiritismo
por Rodolfo Calligaris Reformador (FEB) Outubro 1963
Qualquer que seja a modalidade desse
combate, o resultado é sempre o mesmo: contraproducente para quem o pratica e
favorável a quem o recebe. Haja visto o que sucedeu ao Cristianismo nascente;
quanto mais cruentas eram as perseguições e mais terríveis as ameaças aos seus
adeptos, mais desassombrada se tornava a sua coragem e mais rija a têmpera de
sua fé, e a cada chacina em que eram massacradas muitas centenas de cristãos,
correspondia um número muito maior de conversões à nova doutrina.
O mesmo ocorre atualmente cem o
Espiritismo, que é sua revivificação, guardada apenas a diferença das armas e
dos meios de combate.
Impossibilitados de atirar os seus
adeptos às feras nos picadeiros circenses, de passá-los pelas armas ou içá-los
aos postes, besuntá-los e atear-lhes fogo, quais tochas humanas, porque as leis
e os costumes, hoje, já não permitem semelhantes atrocidades, seus atacantes
ora procuram cobri-los de ridículo, ora os cobrem de impropérios, taxando-os de
endemoninhados e outros epítetos menos corteses... a par disso, inventam
episódios comprometedores à figura impoluta do Codificador e de seus
continuadores levantam dúvidas sobre a
honestidade dos médiuns que mais se destacam no campo da fenomenologia
psíquica; forjam estatísticas com o fim de demonstrar que as sessões espíritas
são fábricas de loucos e de criminosos, etc., etc.
Todavia, malgrado todo esse esforço, as fileiras
espíritas se avolumam cada vez mais, principalmente nas classes cultas, abrindo
brechas nas colunas das religiões decrépitas e carunchosas, inimigas
irreconciliáveis da luz e do progresso, cujos templos, dia a dia, vão-se
tornando desertos pela dispersão de uns, pela indiferença de outros e pela
repulsa da nova geração, que, livre e consciente, tudo examina, tudo perquire, tudo
submete ao cadinho da razão e se recusa a alimentar uma fé cega e a aceitar
dogmas absurdos, incompatíveis com a ciência e contrários aos fatos
demonstrados pela observação.
Esse resultado justifica plenamente
o que repetidas vezes os Espíritos hão dito: “Não vos inquieteis com a oposição; tudo o que contra vós fizerem, se
tornará a vosso favor e os vossos adversários, sem o quererem, servirão à nossa
causa. Contra a vontade de Deus não poderá prevalecer a má vontade dos homens."
“Não
vos contenteis com dizer: “isto não é assim”; demasiado fácil é semelhante
afirmativa. Provai, não por negação, mas por fatos, que isto não é real, nunca
o foi e não pode ser. Se não é, dizei o que o é, em seu lugar. Provai,
finalmente, que as consequências do Espiritismo não são tornar melhor o homem e,
portanto, mais feliz, pela prática da mais pura moral evangélica, moral a que
se tecem muitos louvores, mas que muito pouco se pratica. Quando houverdes
feito isso, tereis o direito de o atacar.”
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