quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Aparição na Galileia

 

Aparição na Galileia

          28,16   Os doze discípulos foram para a Galileia, para a montanha que Jesus lhes tinha destinado. 28,17  Quando O viram, adoraram-No. Entretanto, alguns hesitaram ainda, 28,18  Mas, Jesus, aproximando-Se, lhes disse: “Toda autoridade  me foi dada no Céu e na Terra. 28,19 Portanto, ide e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e dos  Santos Espíritos. 28,20  Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo.”

          Para  Mt (28,19) -Ide e ensinai... - tomemos “Fonte Viva”(FEB), de Emmanuel por Chico Xavier:

             Estudando a recomendação do Senhor aos discípulos - ide e ensinai -, é justo não olvidar que Jesus veio e ensinou.

            Veio da Altura Celestial e ensinou o caminho de elevação aos que jaziam atolados na sombra terrestre. Poderia o Cristo haver mandado a lição por emissários fiéis... poderia ter falado brilhantemente, esclarecendo como fazer...

            Preferiu, contudo, para ensinar com segurança e proveito, vir aos homens e viver com eles, para mostrar-lhes como viver no rumo da perfeição.

            Para isso, antes de tudo, fez-se humilde e simples na Manjedoura, honrou o trabalho e o estudo no lar e, em plena atividade pública, foi o irmão providencial de todos, amparando a cada um, conforme as suas necessidades.

            Com indiscutível acerto,  Jesus é chamado o Divino Mestre.

            Não porque possuísse uma cátedra de ouro...

            Não porque fosse o dono da melhor biblioteca do mundo...

            Não porque simplesmente exaltasse a palavra correta e irrepreensível...

            Não porque subisse ao trono da superioridade cultural, ditando obrigações para os ouvintes...

            Mas sim porque alçou o próprio coração ao amor fraterno e, ensinando, converteu-se em benfeitor de quantos lhe recolhiam os sublimes ensinamentos.

            Falou-nos do Eterno Pai e revelou-nos, com o seu sacrifício, a justa maneira de buscá-lo.

            Se te propões, desse modo, cooperar com o Evangelho, recorda que não basta falar, aconselhar e informar. “Ide e ensinai”, na palavra do Cristo, quer dizer: “Ide e exemplificai para que os outros aprendam como é preciso fazer.”   

 

            Agora, a palavra do Dr. Bezerra de Menezes -Estarei contigo até a consumação dos Séculos, conforme lemos em “Veleiro de Luz”, psicografia de Mª Cecília Paiva:

             “Cumprindo sua promessa divina de que estaria com seus discípulos até a consumação dos séculos,  Jesus trouxe aos homens o coração ardente e vem fazendo a chamada para a tarefa cristã de seu apostolado.

            Em verdade, se sentes a fé grandiosa e sublime na vida imortal, se tens certeza que a vida terrestre é apenas um episódio passageiro, se vislumbras grandiosos panoramas além céu e sentes a necessidade de luz e progresso é porque Jesus se aproximou de teu coração e estua ao teu lado o Amor imensurável do Mestre.

            Se tua esperança na vida eterna é certa, se manténs a chama esmeraldina sempre acesa face aos sofrimentos, é porque Jesus está contigo, amando-te e doando-te a bênção da esperança.

            Se teu coração deseja minorar a amargura alheia, os olhos choram com os que sofrem e os lábios exprimem palavras de conforto e ânimo para os infelizes, se doas o que tens aos necessitados e ergues para a vida maior outras vidas que de ti se aproximam, indiferentes e desanimadas, é porque Jesus está ao seu lado, compelindo-te ao bem maior.

            Se guardas as palavras de vida eterna com ardor e fé e sentimentos a favor do irmão, é que Jesus habita contigo desde agora.

            Meu irmão, feliz irmão, que transitas neste mundo em busca de luz, conferiu-te o Mestre do Amor o dom sublime de Sua eterna presença, pela tua dedicação constante aos semelhantes.

            Ergue bem alto a tua lâmpada para que teus pés não  tropecem nas pedras do caminho, para que não tombes ao sabor dos obstáculos que surgirem.

            Ergue-a bem alto, esparzindo a luz da caridade por toda parte.

            Ao redor de ti formarão filas de necessitados do caminho; ao teu coração, hão de chegar os sedentos da vida; ao teu amor, virão os famintos do mundo.

            Levanta, pois, bem alto a lâmpada sublime, porque Jesus chegou e está contigo.

            Vence a batalha e apresenta triunfante a taça da vitória para a conquista de maiores troféus.

            Amigo meu, sigamos com Jesus. Ele está presente!”

 

         Para Mt (28,16-20), encontramos em “Ave Cristo”(FEB), de Emmanuel, recebido pela mediunidade de Chico Xavier, alguns trechos que nos orientam sobre o Cristianismo primitivo:

           

            “Dificilmente, à distância de séculos, poderá alguém perceber, com exatidão, a sublimidade do Cristianismo primitivo.

            Experimentados pela dor, amavam-se os irmãos na fé,  segundo os padrões do Senhor.

            Em toda a parte, a organização evangélica orava para servir e dar, em vez de orar para ser servida e receber. Os cristãos eram conhecidos pela capacidade de sacrifício pessoal, a bem de todos, pela boa vontade, pela humildade sincera, pela cooperação fraternal e pela diligência que empregavam no aperfeiçoamento de si mesmos.

            Amavam-se reciprocamente, estendendo os raios de sua abnegação afetiva por todos os núcleos da luta humana,  jamais traindo a vocação de ajudar sem recompensa, ainda mesmo diante dos mais renitentes algozes. Ao invés de fomentarem discórdia e revolta, entre os companheiros jungidos à canga da escravidão, honravam no trabalho digno a melhor maneira de amparar-lhes a libertação.

            Sabiam apagar os pruridos do egoísmo para abrigarem, sob o próprio teto, os remanescentes das perseguições. Inflamados de fé na imortalidade da alma, não receavam a morte. Os companheiros martirizados partiam como soldados de Jesus, cujas famílias, na retaguarda, lhes cabia proteger e educar.

            Assim é que a comunidade de Lião guardava sob a sua custódia de amor centenas de velhos, enfermos, mutilados, mulheres, jovens e crianças.

            A igreja de São João era, pois, acima de tudo, uma escola de fé e solidariedade, irradiando-se em variados serviços assistenciais.

            O culto reunia os adeptos para a prece em comum e para a extensão das práticas apostólicas, mas os lares de fraternidade multiplicavam-se, como impositivo da obra espiritual em construção.

            Muitas organizações domésticas tomavam a si a guarda de órfãos e o cuidado para com os doentes; todavia, ainda assim, o número de necessitados era, invariavelmente, muito grande.

            A cidade fora sempre um ponto de convergência para os estrangeiros. Perseguidos de vários lugares batiam às portas da igreja, implorando socorro e asilo.

            A autoridade da fé, expressa nos irmãos mais velhos e mais experientes, designava diáconos para diversos setores de ação.

            Os serviços de amparo e educação à infância, de conforto aos velhinhos abandonados, de sustentação dos enfermos, de cura dos loucos, distribuíam-se em departamentos especiais, expandindo-se, assim, em moldes mais completos, a primitiva organização apostólica de Jerusalém, na qual as obras de amor do Cristo, junto aos paralíticos e cegos, leprosos e obsessores.

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