Conversa com os Médiuns
por Percival Antunes Reformador (FEB) Fevereiro 1962
Entre as obras de alto valor doutrinário que a Editora da
Federação Espírita Brasileira tem divulgado, encontra-se “Ensinos Espiritualistas” de William Stainton Moses, médium de
diversas mediunidades, que desfrutava de enorme prestígio em sua época, não só
por sua erudição como por sua esmerada educação moral
Médium do nobre Espírito “Imperator”, pode ele legar ao
mundo um dos livros mais interessantes e elevados da literatura espírita.
Dele vamos reproduzir, para esclarecimento dos leitores
que ainda não o conhecem, algo relativo aos médiuns. São conselhos de “Imperator”,
que devem ser seguidos à risca.
A atitude dos médiuns
“Todos os médiuns
muito desenvolvidos devem ser circunspectos: é sempre perigoso, para eles,
fazer parte de grupos submissos a influências que lhes são desconhecidas.
Forcejai por vir ao Centro com o vosso espírito paciente e passivo, e assim
obtereis mais facilmente o que desejais.”
que para isso estiver
autorizado pelo Guia. E somente os médiuns desenvolvidos se encontram capazes disso.
Os outros, inexperientes ainda não devem fazê-lo, pois ficariam sujeitos a
perturbações nocivas e a contratempos perigosos.
Cuidados necessários
“É
tão inconveniente debilitar as forças vitais, deixando de se nutrir, como
embrutecer-se pela gulodice e pela bebida. O ascetismo e o completo abandono
aos desejos são extremos que nada produzem de bom. O estado intermediário deixa
as forças corpóreas em perfeito equilíbrio, enquanto as faculdades mentais são
nítidas e calmas. Requeremos uma inteligência ativa, nem débil nem sobre excitada,
e um corpo vigoroso, sem excesso nem desfalecimento.
“Cada
homem pode, pelo exercício de uma fiscalização judiciosa sobre si mesmo, chegar
a esse estado, que o torna ao mesmo tempo mais apto a desempenhar a sua tarefa
na Terra e a receber as instruções que lhe são enviadas. Os hábitos cotidianos
são muitas vezes mal dirigidos, o que torna doentes os corpos e os espíritos. Não
indicamos regimes fora da recomendação de ter em tudo, cuidado e moderação.
Quando estamos em contato pessoal, podemos então dizer o que convém às necessidades
particulares. Cada um deve procurar o que melhor lhe convém.
“Ensinar
a higiene do corpo como a da alma, faz parte da nossa missão. Declaramos a todos
que o cuidado judicioso do corpo é essencial ao progresso da alma.
“O
estado de existência artificial que prevalece; a ignorância quase total do que
concerne à nutrição e ao vestuário; os viciosos hábitos de excesso, que estão
muito espalhados, são obstáculo sérios para atingir a verdadeira vida espiritual.”
“0
médium deve ter faculdades receptivas, pois não podemos inocular em seu cérebro
maior número de informações do que a que pode receber; além disso, ele deve
afastar-se de estultos preconceitos mundanos, convindo que tenha retificado os
erros da sua mocidade e provado que pode aceitar uma verdade, ainda que seja
impopular.
“Ainda
mais: deve estar livre do dogmatismo teológico e de ideias sectárias
preconcebidas. Não deve estar sob a influência de noções terrestres, nem
permanecer ligado à enganadora ilusão de que ele sabe, pois isso é ser ignorante
de sua própria ignorância.”
"Um
corpo excitado ou inerte e um espírito vago e inativo impedem-nos de operar livremente.
“Para
nós, tudo está subordinado à educação do espírito, que deve desenvolver-se sem cessar.”
Nota – Depreende-se daí quão importante se torna também o ambiente de trabalho. Há necessidade de que os assistentes colaborem com boa-vontade, mantendo pensamentos puros e voltados para a tarefa que se realiza. Só pode trazer resultados satisfatórios a comunhão de ideias elevadas.
Nestas poucas linhas retiradas de uma das obras mais notáveis
do Espiritismo, terá o médium uma ideia pálida da enorme importância do
trabalho que foi chamado a realizar.
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