Desapontamentos
Valérium por W. Vieira
Reformador (FEB) Fevereiro 1962
O homem ocioso
repousara em excesso e perdera o sono.
Tentando dormir mais uma vez, recolheu-se em aposento
isolado.
Depois de algum tempo, ressonava...
Respiração estertorosa.
Assobios estridentes.
Passa um, quarto de nora.
Emitindo sons mais altos, acorda a si mesmo.
Levanta-se e sai, furioso, procurando o suposto responsável
pelo desagradável ruído que o despertou...
*
Aspiram simplesmente ao sono do repouso falso.
E, quando, despertam, contrariadas, para a realidade
espiritual que as cercam, buscam, em desespero, alguém a quem possam incriminar
por sua incúria e desgosto, mas encontram, invariavelmente, em si mesmas, as
únicas responsáveis.
Assim ocorre nas pequeninas contrariedades da vida humana
e nas grandes desilusões da vida espiritual, após a viagem da morte.
Não culpe a ninguém por suas frustrações, presentes ou futuras.
Ore, vigie e analise os próprios desapontamentos e verá
que, ressonando na ociosidade e acordando na dolorosa vigília do arrependimento,
o único responsável por eles é sempre você mesmo.
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