quinta-feira, 25 de junho de 2020

Para confronto...





Para confronto
Redação
Reformador (FEB) Novembro 1917

            Na sua obra notável – “Pluralidade das existências da alma” insere André Pezzani uma carta, que lhe dirigira ilustre representante do clero francês, da qual desprendemos este trecho:

            “Gilles do Retz, no século XV, roubou aos camponeses dos arredores do seu antro cerca de cento e vinte e cinco crianças, que foram por ele cruelmente supliciadas e mortas, em orgias sodômicas para honrar Satã. Espero, vo-lo declaro, jamais me ter de encontrar com Gilles de Retz ...
            Não foi difícil a Pezanni responder ao missivista eclesiástico... Poderiam ambos encontrar o espírito do antigo criminoso transformado em herói, depois de sucessivas vidas expiatórias.  
            A marquesa de Brinvilliers foi processada, condenada e executada, em Paris, por uma série de crimes monstruosos: parricídio, fratricídio, envenenamento de doentes do Hotel-Dieu, do marido e de outras pessoas... Antes de levada ao patíbulo, foi ouvi-la em confissão o padre Edme Pirot, doutor em teologia, o qual segundo lemos em H. Constant, fez a seguinte declaração relativa à penitente:
            “Durante a última hora de vida, foi admirável em seu arrependimento; a graça a iluminou de tal modo que eu quisera estar colocado em seu lugar.”

            O missivista, que citamos acima, poderá encontrar no paraíso, absolvida pelo seu colega Pirot e gozando da beatitude celeste, a marquesa de Brinvilliers...

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