Santuário
interior
Agar por Chico Xavier
Reformador (FEB) Abril
1958
Na procura da felicidade e da paz todos somos viajantes do
mundo, caminhando sobre as cinzas de nossos ídolos mortos.
Construímos palácios de ouro de que nos retiramos desencantados
e abraçamos paixões que nos calcinam os sonhos a fogo de angústia e arrependimento.
Seguimos para diante, entre flores que morrem, luzes que
se apagam, cânticos que emudecem...
Só existe, na vida, em verdade, uma edificação que
resiste à ventania implacável das horas - aquela que, em nossa alma, recolhe da
argila humana a experiência necessária para erguer em si mesma o templo da humildade
e do amor.
Santuário feito de suor e de lágrimas, nele rendemos
culto incessante à compreensão e à fraternidade, por facultar-nos mais amplo
entendimento da Bondade de Deus.
Nele, por vezes, agoniada solidão nos aflige, entretanto,
é aí dentro que conseguimos o silêncio bastante para ouvir os apelos do alto
proclamam à Glória Celeste, através da renunciação incansável no bem dos
outros.
E, quase sempre, a fim de erigi-lo no coração e na consciência,
é imprescindível padecer todas as provas e conhecer todas as dores.
Alcançando-o, porém, respiramos na antecâmara da Vida
Mais Alta, porque, aí, nesse altar indevassável e luminoso, fala o Mestre e
ouve o aprendiz, assimilando, por fim, a lição preciosa que o integrará na
posse do Céu para sempre.
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