O dogma
fluidificante
Nabor
da Graça Leite
Reformador (FEB) Junho
1947
Sob este título diligente confrade, possivelmente de São
Paulo, teve a gentileza de remeter-nos um opúsculo de 11 páginas versando
exclusivamente sobre o corpo fluídico de Jesus.
A preocupação máxima do autor é provar que Jesus não teria
sido um Espírito no estado de materialização tangível quando de sua estada na Terra,
porém, um homem, em tudo igualzinho aos outros homens que, em virtude de sua
imperfeição, têm necessidades, ainda, de revestir o espírito dum envoltório
mais grosseiro.
Primeiramente devemos lamentar o fato de não vir esse
trabalho assinado, e isso por que o nome da pessoa ou sociedade que o produziu lhe
daria um cunho de mais responsabilidade, ao passo que assim, no anonimato, ele
apenas evidencia espírito confusionista, quando não demolidor de obra que não
pertence aos homens, mas a Deus, e que, por isso mesmo, debalde aqueles a
tentarão ferir.
Somos dos que jamais viram na chamada questão do corpo
fluídico de Jesus motivo para enfraquecimento dos laços de fraternidade no seio
dos adeptos da 3ª Revelação. E de fato não existe razão alguma que a
justifique, uma vez que não há imposições doutrinárias que obriguem os
espíritas a aceitar a obra de J. B. Roustaing mas, como foi ela editada também
no Brasil, há apenas a faculdade de todos os espíritas conhecerem-na para
aceitarem-na ou não, usando, cada qual, do livre arbítrio e do direito de, como
recomendava Paulo, “examinar de tudo para só abraçar o que é bom”.
Daí o reputarmos toda campanha que se move contra
Roustaing e a Federação, obra de verdadeira incompreensão por parte dos que a
realizam como que possuídos de um prazer doentio, mas sem se aperceberem de
que, ao contrário daquilo que supõem com relação aos feitos dos ensinos de
Roustaing, eles é que se acham sob influências, positivamente desagregadoras,
dos inimigos da luz e da verdade. Senão, que pensar
de conceitos como estes,
encontrados no opúsculo em questão: “O que podemos dizer de Roustaíng, patrono
do Espírito das Trevas? Esplêndida mistificação para enganar os tolos
espíritas, sem sólidos conhecimentos da doutrina. A fantástica obra de Roustaing
está francamente em agonia vivendo ainda somente pelo esforço da mentalidade
escura do GRUPINHO DE FANÁTICOS (sic) da Federação Espírita Brasileira...”
PS.: No finalzinho de
2019, a direção da FEB passou a considerar os quatro livros que compõem a
coleção “Os 4 Evangelhos”, de J.B. Roustaing, como uma obra não alinhada com a
visão espírita de então, excluindo-a do catálogo de livros editados.
Evidentemente, este Blog não compartilha desse entendimento.
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