Corpo
fluídico?
Antônio
Wantuil (W.)
Reformador (FEB) Outubro
1947
Ouvi de esclarecido confrade que a designação de corpo
fluídico é má, porquanto o calor reinante na Judeia o faria evaporar.
Realmente, à primeira vista, a denominação nos parece imprópria; todavia, os
espíritas sabemos que todas as várias modalidades com que se nos apresenta a
matéria, do hidrogênio ao urânio, da densidade 0,0693 à densidade 18,4, nada
mais são que transformações de um fluido ainda desconhecido dos meios
científicos, mas de cuja unidade fluídica os próprios sábios materialistas já
não duvidam.
É até mesmo digno de meditação o fato de os Espíritos
haverem preferido esta designação, numa época em que os nossos sábios não
conheciam os prótons, os elétrons, os nêutrons, c nem mesmo supunham que fosse
possível a obtenção artificial de substâncias simples por bombardeio
intra-atômico de elementos outros, e nem sequer sonhavam com a desintegração
instantânea da matéria, como no caso da bomba atômica.
Quem, todavia, não quiser dar-se ao
trabalho de acompanhar os estudos dos nossos sábios, vendo em suas descobertas
a confirmação de ensinamentos ou de previsões feitas pelos Espíritos, mesmo em
casos outros, como na descoberta do avião, poderá continuar onde está, e se lhe
soa mal aos ouvidos o termo - fluídico, para os corpos em questão, poderá
chamar-lhes - corpos creóides (?), como propôs Mínimus em sua "Síntese de O Novo
Testamento".
Que esses corpos são reais, não há que discutir. Os anais
do Espiritismo, de todas as religiões, inclusive os do Catolicismo, estão
cheios de fatos semelhantes. Assim, perguntaremos nós: que denominação daria o
ilustre confrade a tais corpos, qual o de que se serviu Antônio de Pádua para
defender o próprio pai? – Carnal? -
não pode ser, não foi oriundo de uma gestação carnal, Duplo? - também não serve, porque apenas designa o fenômeno.
Ora, se tal corpo apresentava todas as características de
um homem normal, utilizando-se dos sentidos humanos, discutindo com os que
acusavam o pai do seu corpo carnal que se achava em outra cidade, cremos que
nos não importa o nome com que o designemos, mas, o que não podemos negar,
diante da bibliografia espírita, é que tais corpos são formados, condensados,
se assim nos permitem exprimir, com a existência simultânea de um sósia carnal,
ou, mesmo, sem a existência deste último, qual acontece nas materializações,
espontâneas, ou não, passageiras ou demoradas; e esses corpos passam a ter a
aparência perfeita de corpos carnais, com todas as suas possibilidades quanto
aos nossos cinco sentidos e ainda quanto aos sentidos que desconhecemos, como o
da presciência, o da premonição, etc.
Não discutamos mais um assunto tão trivial, após a
confirmação que os fatos nos prodigalizaram.
Repitamos, com Paulo: “Nem a mesma carne”.
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