segunda-feira, 2 de março de 2020

O Bom Pastor



           O Bom Pastor                                     

10,11 “ -Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá sua vida pelas ovelhas. 
10,12  O mercenário, porém, que não é pastor, a quem não pertencem as ovelhas, quando vê que o lobo vem vindo, abandona as ovelhas e foge. O lobo rouba e dispersa as ovelhas.    
10,13 O mercenário, porém, foge, porque é mercenário e não se importa com as ovelhas.  
10,14 Eu sou o bom pastor. Conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas Me conhecem a Mim. 
10,15 Como o Meu Pai Me conhece e Eu conheço o Pai, dou a Minha vida pelas minhas ovelhas. 
10,16  Tenho ainda outras ovelhas que não são deste curral. Preciso conduzi-las também, e ouvirão a Minha voz e haverá um só rebanho e um só pastor. 
10,17 O  Pai Me ama, porque dou a Minha vida para a retomar. 
10,18  Ninguém a tira de Mim, mas Eu a dou de Mim mesmo e tenho o poder de a dar, como tenho o poder de a reassumir. Tal  a ordem que recebi de Meu Pai.” 
10,19  A propósito destas palavras, originou-se nova divisão entre os judeus. 
10,20 Muitos deles diziam: -Ele está possuído. Ele delira. Porque O escutais vós? 
10,21 Outros diziam: -Estas palavras não são de quem está obsidiado.    
Acaso pode um espírito do mal abrir os olhos a um cego?

         Para   Jo (10,11-21), -Jesus é o Bom Pastor - destacamos a  J.-B. Roustaing:

            “Grande importância têm estes versículos, do ponto de vista da natureza extra humana de Jesus; do de sua morte no Gólgota, morte que os homens consideraram real, mas que foi apenas aparente; do das condições e do modo por que se deu o seu aparecimento entre os homens; do seu reaparecimento chamado “ressurreição”; do de suas aparições sucessivas às mulheres e aos discípulos e do de seu desaparecimento definitivo, elevando-se às nuvens, na época dita da “Ascenção”. Também grande importância apresentam do ponto de vista da sua missão e dos resultados desta dada a sua qualidade de protetor e governador do planeta terreno, de encarregado do vosso desenvolvimento e progresso e de vos conduzir à perfeição.

            Vv.11-13 -    Para  o  Bom  Pastor  não  interesse pessoal, nem fadiga.

            Vv.14-16 - Aludia Jesus à sua missão terrena, aos frutos que ela há de dar; à sua missão espiritual como protetor e governador do planeta terrestre e aos resultados que há de produzir, resultados que prediz aos homens...

         Ao proferir aquelas palavras, Jesus envolvia no seu pensamento a humanidade inteira, de quem é ele o bom pastor, todas as gerações de Espíritos que, em via de purificação, tinham encarnado na terra antes de sua missão, estavam encarnadas quando a desempenhava e nela ainda haviam de encarnar e que, dóceis à sua voz de Messias, às dos Espíritos em missão, encarnados e errantes, órgãos do Espírito da Verdade, hão de chegar, de progresso em progresso, de purificação em purificação, à perfeição moral humana. Então é que, sob o império da lei do amor, não haverá mais que um único rebanho e um só pastor. Então é que Jesus, vosso protetor e governador, virá, como soberano, visível para as criaturas purificadas, em todo o seu fulgor espírita, ao vosso planeta igualmente purificado. 

            Vv.17-18 -Estas palavras, a que se não tem dado muita atenção, a que se não tem ligado grande importância, confirmam o que havemos dito sobre a natureza e a origem de Jesus.

            Vv.19-21 -Eram as mesmas discussões que se travam sempre que uma verdade, tida como nova pelos que se julgam possuidores de toda a ciência, assume o direito de cidade no seio da humanidade terrena, sem que tenha antes feito visar seus passaportes pelas autoridades científicas.

            Os Vv. 17-18 - mereceram comentários de Leopoldo Cirne em seu “A Personalidade de Jesus”. Vamos ao texto:

            “Que é necessário para que se dê a encarnação?  -Que, a par das necessidades morais de progresso planetário, haja entre as moléculas perispirituais do Espírito errante e o organismo material em formação a afinidade que aproxime os dois princípios e os fusione por fim. Enquanto o Espírito não se purificou completamente, ao ponto de gravitar para esferas mais altas e mais puras, há de fatalmente sentir a atração que sobre os restos de materialidade existentes em seu invólucro fluídico exerce a vida planetária. Quando, porém, tem atingido o maior grau de pureza, quando por sua virtude e elevação tornou-se incompatível com a encarnação material, como encontrar afinidade entre o seu perispírito, tornado então de luminosa limpidez, e o modo vibratório particular da matéria organizada? 

            É o caso precisamente de Jesus. Daí a necessidade dessa incorporação meramente fluídica, mas de condensação suficiente para dar ao seu corpo todas as propriedades e aparência humanas, permitindo, todavia, ao mesmo tempo ao seu Espírito toda a livre manifestação de suas faculdades e o exercício dos seus altos poderes, extremes da barreira que por outro modo lhe oporia a encarnação no seu processo ordinário.

            Admitida assim a natureza especial do corpo de Jesus, sensível por um lado às manifestações do mundo exterior, e por outro lado assegurando-lhe a permanência do seu estado sempre espiritual, de modo a permitir-lhe, com o conhecimento constantemente lúcido de sua missão, a comunhão mental com o Criador, de cujas volições em relação à Terra fora encarregado, os fatos aparentemente miraculosos de sua vida se aclaram de uma nova luz, que os torna logicamente compreensivos, fazendo-os entrar no domínio de leis, novas sem dúvida, mas leis da natureza, reguladoras simultaneamente dos mundos material e espiritual, estabelecendo e harmonizando as suas relações recíprocas.”


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