O Bom Pastor
10,11 “
-Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá sua vida pelas ovelhas.
10,12 O mercenário, porém, que não é pastor, a quem
não pertencem as ovelhas, quando vê que o lobo vem vindo, abandona as ovelhas e
foge. O lobo rouba e dispersa as ovelhas.
10,13 O mercenário, porém, foge, porque é
mercenário e não se importa com as ovelhas.
10,14 Eu sou o bom pastor. Conheço as minhas ovelhas
e as minhas ovelhas Me conhecem a Mim.
10,15 Como
o Meu Pai Me conhece e Eu conheço o Pai, dou a Minha vida pelas minhas ovelhas.
10,16 Tenho ainda outras ovelhas que não
são deste curral. Preciso conduzi-las também, e ouvirão a Minha voz e haverá um
só rebanho e um só pastor.
10,17 O Pai
Me ama, porque dou a Minha vida para a retomar.
10,18 Ninguém a tira de Mim, mas Eu a dou de Mim mesmo e tenho o poder
de a dar, como tenho o poder de a reassumir. Tal a ordem que recebi de Meu Pai.”
10,19 A propósito destas palavras, originou-se
nova divisão entre os judeus.
10,20 Muitos deles diziam: -Ele está possuído.
Ele delira. Porque O escutais vós?
10,21 Outros diziam: -Estas palavras não são
de quem está obsidiado.
Acaso pode um
espírito do mal abrir os olhos a um cego?
Para Jo (10,11-21), -Jesus é o Bom Pastor - destacamos a J.-B.
Roustaing:
“Grande
importância têm estes versículos, do ponto de vista da natureza extra humana de
Jesus; do de sua morte no Gólgota, morte que os homens consideraram real, mas
que foi apenas aparente; do das condições e do modo por que se deu o seu
aparecimento entre os homens; do seu reaparecimento chamado “ressurreição”; do
de suas aparições sucessivas às mulheres e aos discípulos e do de seu
desaparecimento definitivo, elevando-se às nuvens, na época dita da “Ascenção”. Também grande importância apresentam do ponto de vista da sua missão e dos
resultados desta dada a sua qualidade de protetor e governador do planeta
terreno, de encarregado do vosso desenvolvimento e progresso e de vos conduzir
à perfeição.
Vv.11-13
- Para
o Bom Pastor
não há interesse pessoal, nem fadiga.
Vv.14-16
- Aludia Jesus à sua missão terrena, aos frutos que ela há de dar; à sua
missão espiritual como protetor e governador do planeta terrestre e aos
resultados que há de produzir, resultados que prediz aos homens...
Ao
proferir aquelas palavras, Jesus envolvia no seu pensamento a humanidade
inteira, de quem é ele o bom pastor, todas as gerações de Espíritos que, em via
de purificação, tinham encarnado na terra antes de sua missão, estavam
encarnadas quando a desempenhava e nela ainda haviam de encarnar e que, dóceis
à sua voz de Messias, às dos Espíritos em missão, encarnados e errantes, órgãos
do Espírito da Verdade, hão de chegar, de progresso em progresso, de
purificação em purificação, à perfeição moral humana. Então é que, sob o
império da lei do amor, não haverá mais que um único rebanho e um só pastor.
Então é que Jesus, vosso protetor e governador, virá, como soberano, visível
para as criaturas purificadas, em todo o seu fulgor espírita, ao vosso planeta
igualmente purificado.
Vv.17-18 -Estas palavras, a que se não tem dado
muita atenção, a que se não tem ligado grande importância, confirmam o que
havemos dito sobre a natureza e a origem de
Jesus.
Vv.19-21 -Eram as mesmas discussões que se travam
sempre que uma verdade, tida como nova pelos que se julgam possuidores de toda
a ciência, assume o direito de cidade no seio da humanidade terrena,
sem que tenha antes feito visar seus passaportes pelas autoridades científicas.
Os
Vv. 17-18 -
mereceram comentários de
Leopoldo Cirne em seu “A Personalidade
de Jesus”. Vamos ao texto:
“Que é necessário para que se dê a
encarnação? -Que, a par das necessidades
morais de progresso planetário, haja entre as moléculas perispirituais do
Espírito errante e o organismo material em formação a afinidade que aproxime os
dois princípios e os fusione por fim. Enquanto o Espírito não se purificou
completamente, ao ponto de gravitar para esferas mais altas e mais puras, há de
fatalmente sentir a atração que sobre os restos de materialidade existentes em
seu invólucro fluídico exerce a vida planetária. Quando, porém, tem atingido o
maior grau de pureza, quando por sua virtude e elevação tornou-se incompatível com
a encarnação material, como encontrar afinidade entre o seu perispírito,
tornado então de luminosa limpidez, e o modo vibratório particular da matéria
organizada?
É o caso precisamente de Jesus. Daí a
necessidade dessa incorporação meramente fluídica, mas de condensação
suficiente para dar ao seu corpo todas as propriedades e aparência humanas,
permitindo, todavia, ao mesmo tempo ao seu Espírito toda a livre manifestação
de suas faculdades e o exercício dos seus altos poderes, extremes da barreira
que por outro modo lhe oporia a encarnação no seu processo ordinário.
Admitida assim a natureza especial
do corpo de Jesus, sensível por um lado às manifestações do mundo exterior, e
por outro lado assegurando-lhe a permanência do seu estado sempre espiritual,
de modo a permitir-lhe, com o conhecimento constantemente lúcido de sua missão,
a comunhão mental com o Criador, de cujas volições em relação à Terra fora
encarregado, os fatos aparentemente miraculosos de sua vida se aclaram de uma
nova luz, que os torna logicamente compreensivos, fazendo-os entrar no domínio
de leis, novas sem dúvida, mas leis da natureza, reguladoras simultaneamente
dos mundos material e espiritual, estabelecendo e harmonizando as suas relações
recíprocas.”
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