A Porta das Ovelhas /
Posses Definitivas
10,01 “
-Em verdade, em verdade vos digo: Quem não entra pela porta no curral das
ovelhas, mas sobe por outra parte, é ladrão ou salteador.
10,02 Mas quem entra pela porta é o pastor das
ovelhas.
10,03 A este, o porteiro abre e as ovelhas ouvem a
sua voz. Ele chama as ovelhas pelo nome e as conduz à pastagem.
10,04 Depois de conduzir todas as suas ovelhas para
fora, vai adiante delas; e as ovelhas seguem-No, pois Lhe conhecem a voz.
10,05 Mas não seguem o estranho. Antes,
fogem dele, porque não conhecem a voz dos estranhos.”
10,06 Jesus disse-lhes esta parábola, mas não
entendiam do que queria falar.
10,07
Jesus tornou a dizer-lhes: “ -Em verdade vos digo, Eu sou a porta das
ovelhas. 10,08 Todos quanto vieram, antes de mim, foram ladrões e salteadores, mas
as ovelhas não os ouviram.
10,09 Eu sou
a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo: tanto entrará, como sairá e
encontrará passagem.
10,10 O ladrão não
vem senão para furtar, matar e destruir. Eu vim para que tenham vida e para que
a tenham em abundância.
“Se a paz da criatura não consiste
na abundância do que possui na Terra, depende da abundância de valores
definitivos de que a alma é possuída.
Em razão disso, o Divino Mestre veio
até nós para que sejamos portadores de vida transbordante, repleta de luz, amor
e eternidade.
Em favor de nós mesmos, jamais
deveríamos esquecer os dons substanciais a serem, amealhados em nosso próprio
espírito.
No jogo de forças exteriores jamais
encontraremos a iluminação necessária. Maravilhosa é a primavera terrena, mas o
inverno virá depois dela. A mocidade do corpo é fase de embriagantes prazeres;
no entanto, a velhice não tardará. O vaso
físico mais íntegro e harmonioso experimentará, um dia, a enfermidade ou a
morte.
Toda a manifestação de existência na
Terra é processo de transformação permanente.
É imprescindível construir o castelo
interior, de onde possamos erguer sentimentos aos campos mais altos da vida.
Encheu-nos Jesus de sua presença
sublime, não para que possuamos facilidades efêmeras, mas para sermos possuídos
pelas riquezas imperecíveis; não para que nos cerquemos de favores externos e,
sim, para concentrarmos em nós as aquisições definitivas.
Sejamos portadores da vida corporal.
Não nos visitou o Cristo, como doador de
benefícios vulgares. Veio ligar-nos a lâmpada do coração à usina do Amor de Deus,
convertendo-nos em luzes inextinguíveis.”
Para Jo (10,7)
-Eu sou a porta - leiamos “Fonte Viva” (Ed. FEB) de
Emmanuel por Chico Xavier:
“Segundo os léxicos, a palavra
“porta” designa “uma abertura em parede, ao rés do chão ou na base do pavimento,
oferecendo entrada e saída.”
Entretanto, simbolicamente, o mundo
está repleto de portas enganadoras. Dão entrada sem oferecerem saída. Algumas
delas são avidamente disputadas pelos homens que, afoitos na conquista de
posses efêmeras, não se acautelam contra os perigos que representam.
Muitos batem à porta da riqueza
amoedada e, depois de acolhidos, acordam encarcerados nos tormentos da usura.
Inúmeros forçam a passagem para a ilusão do poder humano e despertam detidos
pelas garras do sofrimento.
Muitíssimos
atravessam o portal dos prazeres terrestres e reconhecem-se, de um momento para
outro, nas malhas da aflição e da morte.
Muitos varam os umbrais da evidência
pública, sequiosos de popularidade e influência, acabando emparedados na
masmorra do desespero.
O Cristo, porém, é a porta da Vida
Abundante. Com ele, submetemo-nos aos
desígnios do Pai Celestial e, nessa diretriz, aceitamos a existência como
aprendizado e serviço, em favor de nosso próprio crescimento para a
imortalidade.
Vê,
pois, a que porta recorres na luta cotidiana, porque apenas por intermédio do
ensinamento do Cristo alcançarás o caminho da verdadeira libertação ”
Para Jo (10,10)
-Vim para que tenhais
vida e vida em abundância
- leiamos “Palavras de Vida Eterna” (Ed. CEC) de Emmanuel:
“Existimos. Existem todas as criaturas saída do Hálito Criador. A pedra existe, a planta existe, o animal
existe... Existem almas nos passos diversos da evolução.
Em
sentido espiritual, no entanto, viver é algo diferente de existir. A vida é
uma experiência digna da imortalidade.
Há muita gente que se esfalfa, perdendo saúde
e possibilidades em movimento vazio, quando não se mergulha nas tramas do mal,
entretecendo reencarnações dolorosas.
Há muita gente que destrói o próprio
cérebro, escrevendo sem proveito, quando não expressa o pensamento para
inspirar negação e crueldade, entrando em sofrimentos reparadores.
Há
muita gente que aniquila as horas, falando a esmo, quando não se utiliza do
verbo para ferir e enlouquecer os semelhantes, adquirindo débitos escabrosos.
Há muita gente que pede essa ou
aquela concessão para frustrá-la em atividades sem sentido, quando não a maneja
em prejuízo dos outros, criando lágrimas que empregará longo tempo para
enxugar.
Todos esses agentes da inutilidade e
da delinquência existem como todos nós existimos.
Observa, assim, o que fazes.
O berço confere a existência, mas a vida é obra nossa. ”
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