Antes
do Diagnóstico de obsessão
Umberto
Ferreira
Reformador
(FEB) Dezembro 1976
Frequentemente, são trazidas ao meio
espírita pessoas com distúrbios mentais e
que são prontamente rotuladas como obsidiadas.
O conhecimento de todas as causas
destes desequilíbrios nos induz, entretanto, a uma
atitude mais cautelosa, uma vez que a parasitose mental não é a única causa
destas alterações. Não desconhecemos que em praticamente todos estes casos há
um componente obsessivo mas o problema surge quando se afirma que em todos eles
o fator básico
é a obsessão.
Não se pode esquecer os casos das
doenças mentais de fundo orgânico e que invariavelmente constituem expiação.
Bezerra de Menezes (1) chama a atenção
para este fato, quando afirma: “ora, a loucura, como temos demonstrado, é
moléstia de fundo orgânico, nuns casos, e é de fundo espiritual, noutros casos;
logo a Ciência precisa bem conhecer esta diferença, para variar de ação,
segundo a espécie.”
E os sintomas destas psicoses de
fundo orgânico por vezes se assemelham muito aos do
processo obsessivo.
Uma outra condição que precisa ser
considerada antes do diagnóstico de obsessão é a
que André Luiz (2) chama de “emersão
do passado” em que a pessoa revive situações de encarnações passadas que entram
em choque com a realidade presente, dando a aparência de um verdadeiro
possesso.
Por fim é necessário lembrar que
muitos Espíritos bastante atrasados moralmente, oriundos
de zonas purgatoriais, reencarnam para progredir e praticam atos de verdadeira
perversidade. Estes são quase sempre rotulados como obsidiados. É claro que
eles atrairão a companhia de Espíritos da mesma categoria, que os ajudarão, mas
a principal causa do comportamento estranho estará neles mesmos, na falta de
evolução espiritual. (3)
É por isso que qualquer precipitação
neste campo pode levar a profundas decepções. Eis
as razões por que é imprescindível um estudo meticuloso de cada caso antes de
se firmar o diagnóstico de obsessão.
(1) “A Loucura sob Novo Prisma”, Bezerra de
Menezes, 3ª. Ed. FEB. p. 155.
(2) "Nos Domínios da
Mediunidade”, André Luiz, 3ª ed. FEB, p. 191.
(3) “Mecanismos da Mediunidade”,
André Luiz, 4ª ed. FEB, pp. 171-3.
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