sexta-feira, 20 de setembro de 2019

A Ceia





 A Ceia

 26,17 No primeiro dia dos Ázimos, os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram-Lhe: -Onde queres que preparemos a ceia pascal? 
26,18  Respondeu-lhes Jesus : “ -Ide à cidade, à casa de um certo homem, e dizei-lhe: O Mestre manda dizer-te: Meu tempo está próximo. É em tua casa que celebrarei a páscoa com meus discípulos.” 
26,19  Os discípulos fizeram o que Jesus tinha ordenado e prepararam a Páscoa. 
26,20  Ao declinar da tarde, pôs-se Jesus à mesa com os doze discípulos. 
26,21  Durante a ceia, disse: “ -Em verdade vos digo, um de vós Me há de trair.” 
26,22  Com profunda aflição, cada um começou a perguntar: - Porventura sou eu, Senhor? 
26,23  Respondeu Ele: “ -Aquele que põe comigo a mão no prato, é esse que vai Me trair!” 
26,24  O Filho  vai partir. Como, a respeito Dele está escrito nas escrituras  "mas infeliz daquele pelo qual o Filho será traído! Para ele, seria melhor nunca ter nascido!” 
26,25  Então, Judas, que estava planejando a traição, perguntou, por sua vez: Será que sou eu, Senhor? “ -Isso mesmo”, respondeu Jesus. 
26,26  Enquanto comiam, Jesus tomou um pão, deu graças a Deus, partiu-o e deu-o aos discípulos, dizendo: “Tomem e comam, isto é o meu corpo!” 
26,27  Tomou o cálice e, tendo dado graças o deu aos seus discípulos, dizendo:                " - Bebam dele todos...
26,28  pois este é o meu sangue, o sangue da nova aliança que é derramado por muitos homens em remissão dos pecados. 
26,29  Digo-vos: Doravante não beberei mais deste fruto da vinha até o dia  em que beberei de novo convosco no reino de meu Pai.”
       

         Para Mt (26,22) -Porventura sou eu, Senhor?, encontramos em “Palavras de Vida Eterna” (Ed. CEC 1986), de Emmanuel por Chico Xavier, o que se segue:

        “Diante da palavra do Mestre, reportando-se ao espírito de leviandade e defecção que o cercava, os discípulos perguntaram afoitos:
            -Porventura sou eu, Senhor?
            E, quase todos nós, analisando o gesto de Judas, incriminamo-lo em pensamento.
            Por que teria tido a coragem de vender o Divino Amigo por trinta moedas?
        Entretanto, bastará um exame mais profundo em nós mesmos, a fim de que vejamos nossa própria negação à frente do Cristo.
          Judas teria cedido à paixão política dominante, enganado pelas insinuações de grupos famintos de libertação do jugo romano... Teria imaginado que Jesus, no Sinédrio, avocaria a posição de emancipador da sua terra e da sua gente, exibindo incontestável triunfo humano...
            E, apenas depois da desilusão dolorosa e terrível, teria assimilado toda a verdade!...
            Mas nós?
          Em quantas existências e situações tê-lo-emos vendido no altar do próprio coração, ao preço mesquinho de nosso desvairamento individual?
            Nos prélios da vaidade e do orgulho...
            Nas exigências do prazer egoísta...
            Na tirania da opinião...
            Na crueldade confessa...
            Na caça da fortuna material...
            Na rebeldia destruidora...
            No aviltamento de nosso próprio trabalho...
           Na edificação íntima do Reino de Deus, meditemos nossos erros conscientes ou não, definindo nossas responsabilidades e débitos para com a vida, para com a Natureza e para com os semelhantes e, em todos os assuntos que se refiram à deserção perante o Cristo, teremos bastante força para desculpar as faltas do próximo, perguntando, com sinceridade, no âmago do coração:

            - Porventura existirá alguém mais ingrato para contigo do que eu, Senhor? ”

                                                              
                  






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