Domínio material e
domínio espiritual
Emmanuel por Porto
Carrero Neto
Reformador (FEB) Janeiro 1951
Amigo:
a paz do Senhor esteja contigo e com todos. No momento em que debatam forças em
ataques violentos, na luta duma sobrevivência difícil, uma vez que poucos
entendem o que seja a Vida, precisamos entrar em maior contato com os terrícolas, abrindo-lhes os
olhos para que seus corações também se descerrem às Verdades Eternas e recebam
o Orvalho que o Senhor lhes envia.
Preparemo-nos
para grandes lutas, maiores talvez do que as antigas. Em todos os tempos os
homens se combateram pelo predomínio material. Não lhes bastou, no entanto,
essa regência material, essa conquista de terras, que haveriam de proporcionar-lhes o
necessário e o supérfluo. Esse domínio material sempre o acompanhava esse
outro, muito maior, que é o espiritual. E hoje essas forças se levantam, cada
vez com maior ousadia, fingindo uma soberania espiritual, no terreno das ideias, para
disfarçar o trono material por trás dos bastidores.
Neste particular,
todavia, encontram-se homens ainda nas trevas da matéria, submetidos às mesmas
regras do mundo material, que é bem diferente do espiritual. Não se podem transplantar
conceitos e leis dum terreno paro outro. Não se constrói uma sociedade como se
erguem edifícios; não se governam os espíritos pela mesma soma de dinheiro com
que se assalariam servos, que nada mais tenham que fazer senão obedecer; e
ainda nessa obediência, fala o interesse material, que visa o imediatismo das
situações, tão mutáveis quanto os ventos que sopram, ora do norte, ora do sul.
lnfelizmente
o conforto material só chamou o homem ao bem terreno, naquilo que mais escraviza
o espírito. Além desse conforto nada ou quase nada veem os próprios dirigentes,
incapazes de prometer a seus concidadãos - pelos quais de certo modo respondem - a paz
no trabalho frutífero, mas - por ironia - trazendo-lhes o desassossego, a ânsia
da ambição, a cegueira do haver passageiro, consumindo-lhes a alma com o fogo
da intemperança, em vez de acender lhes no coração a lâmpada da renúncia, do
serviço a bem de todos, da conquista de si mesmos.
Não há
agora senão relembrar-lhes, com energia mais viva, a maior lição da História no
capitulo do serviço que visa ponto mais alto que o planeta da dor. Cada qual há
de ter ouvido ou ter sido cientificado das lições do Cristo e de conhecer-lhe o
exemplo admirável. Fazem-se, porém, surdos a essa voz que, como a de João,
clama no deserto.
Mudar-se-á
a face da Terra ao Orvalho que vai pouco a pouco descendo. Cumpre-nos dar-vos a
orientação para a conquista de vossos destinos e, por isto, estamos anunciando
o trabalho que já está a caminho e que cada vez mais se desenvolverá para a
transmudação do planeta.
Estejamos,
pois, em posição de sentido, para obedece à voz do comando, Marcharemos sem
temor para a frente, após a estagnação que há muito consome a Humanidade. Descerraremos
o véu que empana o brilho do Sol da Vida e sentiremos, então, a pujança dessa
Força Infinita que nos aguarda para nossa edificação definitiva.
Alerta,
portanto, amigos!
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