Novos Atenienses
Emmanuel por Chico Xavier
Reformador (FEB) Janeiro 1943
"E como
ouviram falar da ressurreição dos mortos, uns escarneciam e outros diziam: -
Acerca disso ouvir-te-emos doutra vez." (ATOS. 17:32).
O contato de
Paulo com os atenienses, no areópago, apresenta lição bem interessante aos discípulos
novos.
Enquanto o apóstolo
comentava as suas impressões da cidade célebre, aguçando talvez a vaidade dos
circunstantes pelas suas referências aos santuários e pelo jogo sutil de seus
raciocínios foi atentamente ouvido. É possível que a assembleia o aclamasse com
fervor, se sua palavra permanecesse no quadro filosófico das primeiras
exposições. Atenas reverencia-lo ia, então, como sábio, apresentando-o ao
mundo, na moldura especial de seus nomes inesquecíveis.
Mas, Paulo falou na ressurreição dos mortos, deixou entrever a
gloriosa continuidade da vida, além das futilidades terrestres. Desde esse instante,
os ouvintes sentiram-se mal e chegaram a escarnecer de sua palavra amorosa e
sincera, deixando-o quase só.
O ensinamento se enquadra perfeitamente nos dias que correm.
Numerosos trabalhadores do Cristo, nos diversos setores da cultura moderna, são
atenciosamente ouvidos e respeitados como autoridades, nos assuntos em que se
especializaram; mas, quando chegam a declarar sua crença na vida além da morte
do corpo, se aferroam à lei de responsabilidade para lá dos sepulcros, recebem
imediatamente o riso escarninho dos admiradores de momentos antes, que os
deixam quase sozinhos, proporcionando-lhes a impressão de verdadeiro deserto.
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