A
Cachoeira
Casimiro Cunha por Chico
Xavier
Reformador (FEB) Janeiro 1941
Quando passes, meditando
No cimo da ribanceira,
Repara na majestade
Que esplende na cachoeira.
É bom pensar na grandeza
Que a sua potência encerra,
Na entrosagem de elementos
Das forças de toda a terra.
No lugar mais solitário,
É um cântico de alegria,
Derramando em derredor
A abundância da energia.
Para dar-se em benefícios,
A sua maior ciência
Não quer admiração,
Pede esforço e inteligência.
Mesmo ao longe das cidades
Depois de compreendida,
A cachoeira renova
A expressão dos bens da vida.
Retamente aproveitada,
É fonte de evolução,
Movendo milhões de braços,
Nas lutas do ganha-pão.
É mãe generosa e augusta
Das fábricas de trabalho,
Que distribui no caminho
A luz, o pão, o agasalho.
E aprendemos na lição,
Quando a vemos, face a face,
Que a água buscou um abismo
Por onde se despenhasse.
Nesse símbolo profundo
De grandeza e dinamismo,
Nós vemos o amor de Deus
E a extensão do nosso abismo.
Nós somos o sorvedouro
De miséria e de discórdia,
Deus é a eterna cachoeira
De luz e misericórdia.
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