sexta-feira, 21 de setembro de 2018

A Cachoeira



A Cachoeira
Casimiro Cunha por Chico Xavier
Reformador (FEB) Janeiro 1941

Quando passes, meditando
No cimo da ribanceira,
Repara na majestade
Que esplende na cachoeira.

É bom pensar na grandeza
Que a sua potência encerra,
Na entrosagem de elementos
Das forças de toda a terra.

No lugar mais solitário,
É um cântico de alegria,
Derramando em derredor
A abundância da energia.

Para dar-se em benefícios,
A sua maior ciência
Não quer admiração,
Pede esforço e inteligência.

Mesmo ao longe das cidades
Depois de compreendida,
A cachoeira renova
A expressão dos bens da vida.

Retamente aproveitada,
É fonte de evolução,
Movendo milhões de braços,
Nas lutas do ganha-pão.

É mãe generosa e augusta
Das fábricas de trabalho,
Que distribui no caminho
A luz, o pão, o agasalho.

E aprendemos na lição,
Quando a vemos, face a face,
Que a água buscou um abismo
Por onde se despenhasse.

Nesse símbolo profundo
De grandeza e dinamismo,
Nós vemos o amor de Deus
E a extensão do nosso abismo.

Nós somos o sorvedouro
De miséria e de discórdia,
Deus é a eterna cachoeira
De luz e misericórdia.     

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