Variações sobre a Caridade
Emmanuel
por Chico Xavier
Reformador
(FEB) Maio 1954
Caridade que socorre e não perdoa é introdução
à crueldade.
Caridade com repetidas lamentações é caminho
para o desânimo.
Caridade que beneficia desesperando é inquietação
e impaciência.
A caridade legítima jamais aparece concorrendo
aos tributos de gratidão, nunca reclama, não se ensoberbece, não persegue, não
se lastima, não odeia e a ninguém desencoraja...
Caridade que anuncia os próprios méritos é
serviço ameaçado pela vaidade.
Caridade que ajuda para furtar-se às obrigações
do trabalho é inclinação à preguiça.
Caridade que auxilia para dominar o
pensamento e a conduta dos outros é tirania do espírito.
Caridade que ampara com o objetivo de mostrar-se
superior é fruto valioso mas isolado em espinheiros do orgulho.
Caridade que pede remuneração é fonte poluída
pelo fel da negligência.
Caridade que dá para receber é bondade com interesse
inferior.
Caridade limitada aos familiares e amigos é
simples paixão.
Se desejamos caminhar em companhia da divina
virtude, cultivemo-la, em silêncio, no coração, à maneira do Herói do Amor
Infinito que, para revelar-nos a caridade pura, entregou-se, confiante, à
Vontade de Deus, sob a morte na cruz.
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