Na ausência do amor
Emmanuel
por Chico Xavier
Reformador
(FEB) Maio 1954
"Mas aquele
que aborrece a seu irmão está em trevas e anda em trevas e não sabe para onde
deva ir, porque as trevas lhe
cegaram os olhos ." - João, 2:11
Se não sabes cultivar a verdadeira fraternidade,
serás atacado fatalmente pelo pessimismo, tanto quanto a terra seca sofrerá o
acúmulo de pó.
Tudo incomoda àquele que se recolhe à intransigência.
Os companheiros que fogem às tarefas do amor
são profundamente tristes pelo fel de intolerância com que se alimentam.
Convidados ao esforço de equipe,
asseveram que os homens respiram em bancarrota moral.
Trazidos ao culto da fé, supõem reconhecer,
em toda a parte, a maldade e a desilusão.
Chamados à caridade, consideram nos irmãos
de sofrimento inimigos prováveis afastando-se irritadiços.
Impelidos a essa ou àquela manifestação de contentamento,
recuam, desencantados, crendo surpreender maldade e lama nas menores exteriorizações
de beleza festiva.
Caminham no mundo entre a amargura e a
desconfiança.
Não há carinho que lhes baste. Vampirizam
criaturas por onde estagiam, chorando, reclamando, lamentando...
Não possuem rumo certo. Declaram-se expulsos
da sociedade e da família.
É que, incapazes do amor ao próximo, jornadeiam
pela Terra, sob o pesado nevoeiro do egoísmo que nos detém tão somente no
círculo estreito de nossas necessidades sem qualquer expressão de respeito para
com as necessidades alheias.
Afirmam-se incompreendidos, porque
não desejam compreender.
Ausentes do amor, ressecam a máquina da Vida,
perdendo a visão espiritual.
Impermeáveis ao bem, fazem-se
representantes do mal.
Se o pessimismo começa a abeirar-se de teu
espírito, recolhe-te à oração e pede ao Senhor te multiplique as forças na
resistência, ante o assalto das trevas.
Aprendamos a viver com todos, tolerando para
que sejamos tolerados, ajudando para que sejamos ajudados e o amor nos fará
viver, prestimosos e otimistas, no clima luminoso em que a luta e o trabalho
são bênçãos de esperança.
Na presença do amor
Emmanuel
por Chico Xavier
Reformador
(FEB) Maio 1954
"Aquele que
ama a seu irmão está na luz e nele não há escândalo." João, 2:10
Quem ama o próximo sabe, acima de tudo, compreender.
E quem compreende sabe livrar os olhos e os ouvidos do venenoso visco do escândalo,
a fim de ajudar, ao invés de acusar ou desservir.
É necessário trazer o coração sob a
luz da verdadeira fraternidade para reconhecer que somos irmãos uns dos outros,
filhos de um só Pai.
Enquanto nos demoramos na escura fase do
apego exclusivo a nós mesmos, encarceramo-nos no egoísmo e exigimos que os
outros nos amem. Nesse passo infeliz, não sabemos querer senão a nós próprios,
tomando os semelhantes por instrumentos de nossa satisfação.
Mas se realmente amamos o companheiro
de caminho, a paisagem da vida se modifica, de vez que a claridade do amor os
banhará a visão.
Ama, pois, e assim como a lama jamais
ofende a luz, a ofensa não mais te alcançará.
Saberás que a miséria é fruto da ignorância
e auxiliarás a vítima do mal nela encontrando o próprio irmão necessitado de
apoio e entendimento.
A prenderás a ouvir sem revolta ainda mesmo
que o crime te procure os ouvidos e cultivarás a ajuda ao adversário, ainda
mesmo quando te vejas dilacerado, porque o perdão com esquecimento absoluto dos
golpes recebidos surgirá espontâneo em teu espírito, assim como a tolerância
aparece natural na fonte que acolhe no próprio seio as pedras que lhe atiram.
Ama e compreenderás.
Compreende e servirás sempre mais cada dia,
porque então permanecerás sob a glória da luz, inacessível a qualquer incursão
das trevas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário