Quando a pureza estiver conosco
Emmanuel
por Chico Xavier
Reformador
(FEB) Maio 1955
Quando a pureza estiver em nossos olhos,
fixaremos na cicatriz do próximo a desventura respeitável do nosso irmão.
Quando a pureza morar em nossos ouvidos, receberemos
a calúnia e a maldade, nelas sentindo o incêndio e o infortúnio que ainda
lavram no espírito daqueles que nos observam sem o exato conhecimento de nossas
intenções.
Quando a pureza demorar-se em nossa boca, a
maledicência surgirá, junto de nós, por enfermidade lamentável do amigo que nos
procura, veiculando lhe o veneno, e saberemos fazer o silêncio bendito com que
possamos impedir a extensão do mal.
Quando a pureza associar-se ao nosso raciocínio,
identificaremos nos pensamentos infelizes a deplorável visitação da sombra,
diante da qual acenderemos a luz de nossa fé para a justa resistência.
Quando a pureza respirar em nosso coração,
o endurecimento espiritual jamais encontrará guarida em nossa alma, porque o
calor de nosso carinho se irradiará em todas as direções, estimulando a alegria
dos bons e reduzindo a infelicidade dos nossos irmãos que ainda se confiam à
ignorância.
Quando a pureza brilhar em nossas mãos, a preguiça
não nos congelará a boa vontade e aproveitaremos as mínimas oportunidades do
caminho para o abençoado serviço do amor que o Mestre nos legou.
Bem-aventurados os puros de coração! - proclamou
o Divino Amigo.
Sim, bem-aventurados os que esposam o Bem para
sempre, porque semelhantes trabalhadores da luz sabem converter a treva em
claridade, os espinhos em flores, as pedras em pães e a própria derrota em vitória,
criando invariavelmente o céu onde se encontram e apagando os variados infernos
que a miséria e a crueldade inflamam na Terra para tormento da vida.
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