Esflorando
o Evangelho
Emmanuel por Chico Xavier
Reformador (FEB) Janeiro 1946
Falsas
alegações
"Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo?
Peço-te que não me atormentes." (Lucas, 8:28).
O caso do Espírito
mal-intencionado, que sentiu a aproximação de Jesus, recebendo-lhe a presença,
com furiosas imprecações, apresenta muitos aspectos dignos de estudo.
A circunstância de
suplicar ao Divino Mestre não o atormentasse requer muita atenção por parte dos
discípulos sinceros.
Quem poderá supor o
Cristo capaz de infligir tormentos a quem quer que seja? E, no caso, trata-se
de uma entidade ignorante e perversa que, nos íntimos desvarios, muito já
padecia por si mesma. A aproximação do Mestre, no entanto, trazia-lhe claridade
bastante para que pudesse contemplar o martírio da própria consciência, atolada
num pântano de crimes e defecções tenebrosas. A luz atormentava-lhe as trevas
interiores e revelava-lhes a nudez dolorosa e digna de comiseração.
O quadro é muito
significativo para todos os que fogem das verdades religiosas da vida, alegando
que o seu conteúdo é amargo, dando razões a angústias e sofrimentos. Esses
espíritos indiferentes e gozadores costumam afirmar que os serviços da fé
alagam o caminho de lágrimas e entristecem o coração. Semelhantes declarações, contudo, denunciam-nos. Em
maior ou menor escala, são companheiros do irmão infeliz que acusava Jesus como
ministro de tormentos.
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