As
Religiões
por Virgínia
Reformador (FEB) Janeiro 1946
É incontável o
número de religiões espalhadas pela Terra. Todas contém adeptos fervorosos e
falsos crentes. Todas se apresentam como únicas portadoras da Verdade. Quase todas
se odeiam e se guerreiam, empregando armas que o bom senso rejeita e os
ensinamentos do Cristo repelem.
Cristo, o Mestre, o
Salvador, deve sentir-se mal ao ver que seus Evangelhos são interpretados tão
diferentemente, provocando lutas em seu nome.
Entre os chamados
cristãos encontraremos centenas de seitas e de religiões, crendo umas que o mau
irá para o purgatório ou diretamente para o inferno; outras, que não existe
purgatório, mas só inferno, lugar onde o Pai de Bondade atira os filhos que
erram; outras, finalmente, que admitem sofrimentos durante a vida corpórea e
depois desta, até que o Espírito se purifique.
Assim, para o
católico-romano o indivíduo mau irá para o purgatório ou para o inferno. Se for
para aquele, com missas e preces pagas poder-se-lhe-á apressar a ida para o Céu
mas se for para o inferno, neste ficará eternamente entregue às perversidades
do demônio.
Para o protestante,
o indivíduo mau irá diretamente para o inferno, sem escala pelo purgatório, que
eles asseveram não existir: É ruim, fogo nele.
Para o espírita, o
homem mau ficará sofrendo no espaço ou reencarnará para expiar suas faltas e
repará-las, até que, em reencarnações sucessivas, possa alcançar a sua
felicidade.
Uns apresentam o
Senhor como severo e inflexível; outros o têm como Pai de misericórdia e amor,
Pai que observa os erros dos seus filhos, mas, ao invés de castigá-los pela eternidade
sem fim, oferece-lhes os meios de salvação.
De qualquer forma,
porém, diz-nos a própria razão que os que seguirem contritos as recomendações
da sua religião, seja ela qual for, apesar de tais ameaças, terão as bênçãos de
Deus, sempre oferecidas para que nenhuma de suas criaturas fique eternamente
entregue à dor.
Não basta, porém,
dar dinheiro para construções de igrejas, de templos ou de asilos, não basta
que se passe o tempo a bater no peito ou frequentar reuniões religiosas, é
preciso, sim, que não façamos aos outros o que não queremos que nos façam,
fazendo-lhes, antes, o que queríamos que nos fizessem a nós.
Pratiquemos o Bem.
Combatamos o Mal e toleremo-nos reciprocamente.
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