O Olhar
de Jesus
Emmanuel por Chico Xavier
Reformador (FEB) Janeiro 1956
Recordemos o olhar
compreensivo e amoroso de Jesus, a fim de esquecermos a viciosa preocupação com
o argueiro que, por vezes, aparece no campo visual dos nossos irmãos de luta.
O Mestre Divino jamais
se deteve na faixa escura dos companheiros de caminhada humana.
Em Bartimeu, o cego
de Jericó, não encontra o homem inutilizado pelas trevas mas sim o amigo que poderia
tornar a ver, restituindo-lhe, desse modo, a visão que passa, de novo, a enriquecer-lhe
a existência.
Em Maria de Magdala
não enxerga a mulher possuída pelos gênios da sombra, mas sim a irmã sofredora,
e, por esse motivo, restaura-lhe a dignidade própria, nela plasmando a beleza
espiritual renovada que lhe é transmitiria, mais tarde, a mensagem divina da
ressureição eterna.
Em Zaqueu, não identifica
o expoente da usura ou da apropriação indébita, e sim o missionário do
progresso enganado pelos desvarios da posse e, por essa razão, devolve-lhe o trabalho e o raciocínio à administração
sábia e justa.
Em Pedro, no dia da
negação, não repara no cooperador enfraquecido, mas sim, o aprendiz invigilante,
a exigir-lhe compreensão e carinho, e, por isso, transforma-o, com o tempo, no
baluarte seguro do Evangelho nascente, operoso e fiel até o martírio e a
crucificação.
Em Judas, não
surpreende o discípulo ingrato, mas sim o colaborador traído pela própria
ilusão e, embora sabendo-o fascinado pela honraria terrestre, sacrifica-se, até o fim, aceitando a flagelação
e a morte para doar-lhe o amor e o perdão que se estenderiam pelos séculos,
soerguendo os vencidos e amparando a justiça
das nações.
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