20,20
Nisso, aproximou-se a mãe dos filhos de Zebedeu (Salomé), com seus filhos, e
prostrou-se diante de Jesus para lhe fazer uma súplica.
20,21
Perguntou Ele: “ -Que queres?” Ela respondeu: -Ordena que estes meus dois
filhos se sentem no Teu reino, um à Tua direita e outro à Tua esquerda.
20,22
Jesus disse: “-Não sabeis o que pedis. Podeis vós beber o cálice que
devo beber?” -Sim, disseram-Lhe.
20,23
“De fato, bebereis meu cálice. Quanto, porém, ao sentar-vos à minha
direita ou à minha esquerda, isto não depende de mim vo-lo conceder. Esses
lugares cabem àqueles aos quais Meu Pai os reservou”
20,24 Os dez outros, que haviam ouvido tudo,
indignaram-se contra os dois irmãos. 20,25 Jesus, porém, os chamou e lhes
disse: “ -Sabeis que os chefes das nações as subjugam, e que os grandes as
governam com autoridade;
20,26 Não
seja assim entre vós. Todo aquele que quiser tornar-se grande, entre vós, se
faça servo
20,27 E o que quiser tornar-se, entre vós, o
primeiro, se faça vosso servo.
20,28 O
Filho não veio para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate do
mundo.”
Para Mt (20,20-28), leiamos a Allan Kardec, no Cap. VII de “O
Evangelho Segundo o Espiritismo”:
“...O
Espiritismo vem sancionar a teoria pelo exemplo, em nos mostrando grandes no
mundo dos Espíritos aqueles que eram pequenos na Terra e, frequentemente bem
pequenos aqueles que nela eram maiores e os mais poderosos. É que os primeiros
levaram, em morrendo, aquilo que, unicamente, faz a verdadeira grandeza no céu
e não se perde: as virtudes; enquanto que os outros deveram deixar o que fazia
sua grandeza na Terra, e não se leva: a fortuna, os títulos, a glória, o
nascimento; não tendo nenhuma outra coisa, eles chegam no outro mundo
desprovidos de tudo, como náufragos que tudo perderam, até suas vestes; não
conservaram senão o orgulho que torna sua nova posição mais humilhante, porque
vêem acima deles, e resplandecentes de glória, aqueles que espezinhavam na
Terra.”
Para
Mt (20,22) -Não sabeis o que pedis! -
lemos, em “Caminho, Verdade e Vida”, de Emmanuel por Chico Xavier, o que se
segue:
“A maioria dos crentes dirige-se às casas
de oração, no propósito de pedir alguma coisa.
Raros os que aí comparecem, na
verdadeira atitude dos filhos de Deus,
interessados nos sublimes desejos do Senhor, quanto à melhoria de
conhecimentos, à renovação de valores íntimos, ao aproveitamento espiritual das
oportunidades recebidas de Mais Alto.
A rigor, os homens deviam reconhecer
nos templos o lugar sagrado do Altíssimo, onde deveriam aprender a
fraternidade, o amor, a cooperação no programa divino. Quase todos, porém,
preferem o ato de insistir, de teimar, de se imporem ao paternal carinho de Deus,
no sentido de lhe subornarem o Poder Infinito. Pedinchões inveterados,
abandonam, na maior parte das vezes, o traçado reto de suas vidas, em virtude
da rebeldia suprema nas relações com o Pai. Tanto reclamam, que lhes é
concedida a experiência desejada.
Sobrevêm desastres. Surgem as dores.
Em seguida, aparece o tédio, que é sempre filho da incompreensão dos nossos
deveres.
Provocamos certas dádivas no
caminho. Adiantamo-nos na solicitação da herança que nos cabe, exigindo
prematuras concessões do Pai, à maneira do filho pródigo, mas o desencanto
constitui-se em veneno da imprevidência e da irresponsabilidade.
O tédio representará sempre o fruto
amargo da precipitação de quantos se atiram a patrimônios que lhes não
competem.
Tenhamos,
pois, cuidado em pedir, porque, acima de tudo, devemos solicitar a compreensão
da vontade de Jesus a nosso respeito. ”
Para Mt (20,28) -O filho não veio para ser servido, mas para servir... - leiamos “Fonte Viva” de Emmanuel por
Chico Xavier:
“A Natureza, em toda parte, é um
laboratório divino que elege o espírito de serviço por processo normal de
evolução.
Os olhos atilados observam a
cooperação e o auxílio nas mais comezinhas manifestações nos reinos inferiores.
A cova serve à semente. A semente enriquecerá
o homem.
O vento ajuda as flores,
permutando-lhes os princípios de vida. As flores produzirão frutos abençoados.
Os rios confiam-se ao mar. O mar faz
a nuvem fecundante.
Por manter a vida humana, no estágio
em que se encontra, milhares de animais morrem na Terra, de hora em hora, dando
carne e sangue a benefício dos homens.
Infere-se de semelhante luta que o
serviço é o preço da caminhada libertadora ou santificante.
A pessoa que se habitua a ser
invariavelmente servida em todas as situações, não sabe agir sozinha em
situação alguma.
A criatura que serve pelo prazer de
ser útil progride sempre e encontra mil recursos dentro de si mesma, na solução
de todos os problemas.
A primeira cristaliza-se. A segunda
desenvolve-se.
Quem reclama excessivamente dos
outros, por não estimar a movimentação própria da satisfação de necessidades
comuns, acaba por escravizar-se aos servidores, estragando o dia quando não
encontra alguém que lhe ponha a mesa. Quem aprende a servir, contudo, sabe
reduzir todos os embaraços da senda, descobrindo trilhos novos.
Aprendiz
do Evangelho que não improvisa a alegria de auxiliar os semelhantes permanece
muito longe do verdadeiro discipulado, porquanto companheiro fiel da Boa Nova
está informado de que Jesus veio para servir, e desvela-se, a benefício de
todos, até ao fim da luta.
Se
há mais alegria em dar que em receber, há mais felicidade em servir que em ser
servido.
Quem
serve, prossegue...”
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