21,14 Os cegos e os coxos vieram a Ele no templo e
Ele os curou.
Para Mt
(21,14) -Jesus a saída do Templo - leiamos “Dois Mundos Tão
Meus” de Luiz Sérgio por Irene Pacheco Machado:
“Jesus entrou em Jerusalém no domingo, primeiro dia da semana.
O povo que havia ido vê-Lo em
Betânia acompanhava-O. Junto a eles também se encontrava muita gente que ia
a Jerusalém celebrar a Páscoa.
A natureza sorria, as árvores
verdejavam, as flores espargiam pelo ar todo o seu perfume, e Jesus, montado no
asninho, dava entrada triunfal em Jerusalém; mas eis que parou e Seu olhar
contemplou o sol que banhava o Templo que atraía todos os olhares, tal a sua
beleza.
Majestoso, suntuoso, destacava-se de
todos os outros edifícios.
Ele era o orgulho da nação judaica.
Os romanos uniram-se aos judeus para embelezá-lo, e o imperador de Roma o
enriquecera, fazendo dele uma das maravilhas do mundo. O puro e alvo mármore
das entradas do Templo cintilavam, beijadas pelo sol. Na entrada achava-se uma
videira de ouro e prata, com verdes folhagens e maciços cachos de uvas, feitos
pelos mais hábeis artistas da época.
Todo esse deslumbramento
representava Israel como uma próspera vinha.
No olhar de Jesus estampava-se a tristeza; e a
multidão, que antes cantava e gritava, silenciou, encantada com tal esplendor.
As pessoas não compreenderam por que
Jesus estava triste diante de tanta beleza.
O povo, que antes agitava os ramos
de palmeira, olhava a cena sem compreender a causa de tanto desalento no olhar
de Jesus. Os discípulos pensavam fosse porque logo adiante estava a porta das
ovelhas, pela qual, durante séculos, haviam sido conduzidos os animais
destinados às ofertas sacrificiais.
Mas não era essa a tristeza de
Jesus.
Em seguida, vimos Jesus no Templo
expulsando os vendilhões.
A minha casa será chamada casa de oração, mas vós fizestes dela
covil de ladrões.
Ele curava os cegos e os coxos (Mt 21,14), mostrando ao povo que o
templo não é lugar de comércio, é um hospital de Deus, onde o homem vai para
curar a alma.
O templo tinha diversos átrios: dos sacerdotes, dos israelitas, e
um externo chamado dos gentios, que era uma espécie de praça diante dele, na
qual podiam entrar também os pagãos, onde os negociantes vendiam animais para
os sacrifícios e os cambistas trocavam moedas profanas pelas sagradas, únicas
válidas para as ofertas.
Deste templo Jesus expulsou os
vendilhões e, com eles, os animais. Era um comércio contrastante com a pureza
que deveria existir num lugar de oração.
Jesus
não chicoteou quem quer que fosse, apenas usou o chicote das palavras, e estas,
por serem verdadeiras, doeram por demais.
Se
Jesus houvesse chicoteado os animais e ficado furioso, como alguns
interpretaram nessa passagem, Ele deitaria por terra toda a Sua Doutrina.
E, Ele, que é o caminho, a verdade e a vida,
não ía enfurecer-se Jamais, como diz esse trecho do Evangelho.
O chicote usado pelo Mestre foi o chicote da
verdade.
Quantos de nós, quando a sentimos no espírito,
sofremos por demais.
Saindo do Templo, Jesus, pela manhã,
voltava para a cidade...”
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