21,12
Jesus entrou no templo e expulsou dali todos aqueles que se entregavam ao comércio. Ordenou a retirada das mesas
dos cambistas e das bancas dos negociantes
de pombas.
21,13 e
disse-lhes: “Está escrito: Minha casa é uma casa de oração
(Is. 56,7), mas vós fizestes dela
covil de ladrões ( Jer. 7,11).”
Para Mt (21,12-13),
-Os Vendilhões do
Templo - encontramos a luz em Allan Kardec, no Cap.
XXVI de
“ O Evangelho...”:
“Jesus expulsou os vendilhões do templo, condenando, assim, o
tráfico das coisas santas sob qualquer forma que seja. Deus não vende
nem sua benção, nem seu perdão, nem a entrada no reino dos céus; o homem, pois,
não tem o direito de as fazer pagar.”
“Mediunidade Gratuita - Os médiuns modernos -porque os apóstolos
também tinham mediunidade- igualmente receberam de Deus um dom gratuito: o de
serem os intérpretes dos Espíritos para a instrução dos homens, para
mostrar-lhes o caminho do bem e
conduzi-los à fé, e não para vender-lhes palavras que não lhes pertencem,
porque não são o produto de sua concepção,
nem de suas pesquisas, nem de seu
trabalho pessoal.”
Para Mt (21,12-13) -Os Vendilhões do Templo - leiamos
a Antônio Luiz Sayão em “ Elucidações Evangélicas ”:
“Quanto ao tráfico, tendo por objeto
o reino de Deus, constitui uma impiedade. Os Judeus, como se sabe, resgatavam
suas faltas por meio do sacrifício de vítimas propiciatórias e os mercadores
lhes forneciam as vítimas, os vasos de perfume, etc. Tudo era trazido para o
templo e aí vendido.
Depois, o negócio se ampliou e o templo, que
era considerado a casa de Deus, se tornou sede de toda sorte de transações
comerciais. A Bolsa dos tempos atuais, com as suas baixezas, teve um modelo no
templo de Israel.
Entretanto, se atentarmos bem nas
palavras de Jesus quando dali expulsou os que negociavam, veremos claramente
que esse seu ato não obedeceu ao pensamento de defender a pureza de um templo
de pedra, apresentando-o como lugar verdadeiramente sagrado, em que as coisas
constituíam uma ofensa à Divindade.
Ele, que ensinara ser Deus espírito
e só dever ser adorado em espírito e verdade, estaria em contradição consigo mesmo, se expulsasse do
templo os vendilhões, por ser ali a casa de Deus. Cumpre também atentemos nas
suas palavras: “ Minha casa será chamada por
todos, etc,”. Se aquela fosse a
“sua” casa e a casa de Deus, Ele,
dizendo isso, se teria declarado Deus.
Aquele
ato, pois, foi todo simbólico e, à luz
da Nova Revelação, o seu simbolismo se faz claramente compreensível.
O
mundo terreno, como todos os que o Criador semeou pelo espaço infinito, é uma
das inúmeras casas existentes na infinita morada do Senhor do Universo e é
também um templo, onde cada uma de suas criaturas corre o dever de adorá-lo na
prática do amor, cuja lei é a lei das leis. Casa, portanto, de oração, Ele o é
igualmente, porquanto orar é trabalhar na obra do progresso comum, trabalhando
cada qual pelo seu próprio progresso intelectual e moral. ”
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