Acalmar-nos,
a fim de trabalhar e servir com segurança será sempre o processo
mais eficiente para libertar-nos da influência de
escândalos, quaisquer que eles sejam.
Não
poucas vezes, demoramo-nos acalentando mágoas e condenações contra nós mesmos,
das quais costumamos sair desolados ou deprimidos, aumentando a incapacidade
própria para qualquer reajuste.
Teremos
errado, reconheçamos.
Lamentar-nos,
porém, indefinidamente, seria o mesmo que segregar-nos em remorso, não só
improdutivo mas destrutivo também, porquanto comunicaríamos o fogo de nossas
próprias inquietações aos entes que mais amamos.
Importante
aceitar nossas culpas, mas desaconselhável acomodar-nos voluptuosamente com
elas, sem a mínima diligência para extinguir--lhes os desastrosos resultados.
Queixar-se
alguém de si próprio, uma, duas, três vezes, quanto às dívidas e defeitos de
que se lhe onere o caminho, será claramente compreensível, mas lastimar-se,
todos os dias, e acusar-se, em todas as circunstâncias, sem qualquer esforço
para melhorar de situação, pode transformar-se em atitude compulsiva, gerando
enfermidade e perturbação.
Esterilidade,
em qualquer setor, será invariavelmente esterilidade.
Recordemos
a lição viva e constante do livre arbítrio, a conclamar-nos ao próprio burilamento,
e utilizemos o empréstimo das horas que nos é concedido, nos recursos em mão,
comandando as oportunidades que o tempo nos faculte para empreender as
renovações de que sejamos carecedores.
Somos
espíritos eternos, e, conquanto nos caiba o dever de aproveitar as experiências
do passado, no que evidenciem de útil, e de preparar o futuro para que o
destino se nos faça mais elevado, lembremo-nos de que somos chamados nas áreas
do agora a viver um dia de cada vez.
Erros,
teremos perpetrado inúmeros.
Débitos,
temo-los ainda enormes.
Entretanto,
se soubermos empregar com critério e equilíbrio os instrumentos de que
dispomos, não há tempo a desperdiçar com lamentos inúteis, de vez que, quanto
mais quisermos aprender e trabalhar, compreender e servir, mais alto e mais
belo se nos fará o caminho na direção da Vida Melhor.
Escândalo e nós
Emmanuel
por Chico Xavier
Reformador
(FEB) Novembro 1970
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