Posta
restante - 23
Sólon Rodrigues
Brasil Espírita- Reformador (FEB) Março 1974
P.
- Existe uma explicação espírita sobre os preconceitos raciais?
R.
- O preconceito racial, em si, tem por matriz o egoísmo e o orgulho que minam as virtudes das criaturas. No geral, contudo,
observa-se que nasce de um condicionamento da maioria a determinados clichês mentais
recolhidos desde a mais tenra idade e dos quais a alma não faz o esforço para libertar-se. Essa
passividade de repetir mecanicamente um ato demonstra, contudo, a ausência do
Evangelho em nossas vidas, notadamente quando se trata da sementeira de
rancores.
Temos
noticia curiosa, sobre o tema.
A
Espiritualidade Superior patrocina, muitas vezes, na Lei de Ação e Reação, que
a reencarnação se processe com uma inversão de
raças, a fim de o Espírito corrigir-se de seus desmandos, sofrendo na própria carne o mal
que semeou .
Ocorrendo,
todavia, ser o preconceito um problema de egoísmo e de orgulho, a criatura que
reencarnou na raça que odiava ou que dizia malquerer, passa a sustentar a mesma
posição mental em relação à de que proveio.
Mais
claramente: um homem da raça cor-de-rosa repelia um da raça azul. Quando reencarnou na raça azul, passou a repelir os da de
cor-de-rosa.
O
Evangelho é o antídoto do mal, na sua raiz.
À
proporção que interiorizamos o Evangelho, dissolvem-se as divergências entre
criaturas, povos e raças; religiões, preferências e escolas de fé . O mundo passa
a ser o mundo íntimo do Cristo, e o amor, a maior realização da alma humana.
P.
- Terão direito os pais de cercear a liberdade dos filhos de escolherem a sua
profissão?
R.
- Quando os pais perdem a mentalidade utilitarista, querendo em tudo extrair um resultado financeiro; quando abandonam as fúteis vaidades
de posição social; quando aceitam no filho uma alma com programa pessoal,
definido e intransferível, evitam de querer determinar a profissão do próprio
filho.
Ninguém,
evidentemente, deixará de ponderar ou aconselhar. Mas, impor-se, porque esta ou aquela atividade profissional é menos ou
mais rendosa; porque eleva ou rebaixa, como se diz na linguagem corrente moderna, o "status"
'da criatura; impor-se desta forma, violentando as experiências pelas quais o filho
aspira, é uma arbitrariedade que o Espiritismo está convidando seus prosélitos
a corrigir.
Profissão
é compromisso e experiência pessoal.
Fazer-se
útil para a coletividade promove maior equilíbrio espiritual que bastar-se a si mesmo.
A
escolha-egoísmo ou a escolha-vaidade é danosa, sim.
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