Compreendemos a expectativa angustiosa dos
companheiros sinceros, à face das imposições da lei humana e esperamos
unicamente do Cristo a inspiração e a providência necessárias à execução dos
nossos deveres evangélicos, nos círculos da carne, ou fora de suas expressões,
mas em serviço, nas atividades terrestres.
O esforço sacrificial é crescente e seria desnecessário
acentuar que os amigos desencarnados não podem indicar o caminho a seguir (1).
Nossas estradas se identificam e entrelaçam, em quase todas as características,
e, se os campos de ação diferem na estrutura essencial, nós, os trabalhadores,
somos os mesmos.
Semelhantes afirmativas não constituem linguagem
sibilina, ou propósito de escapar ao exame direto do assunto. É, sim, respeito à lei universal da
responsabilidade e do testemunho consciencial do discípulo, no trabalho que foi
chamado a cumprir. Estamos em luta e podemos esperar o assédio do mal e aquele "escândalo
necessário". Entre o "fermento dos fariseus" e o "pretório",
onde os Pilatos se multiplicam, o discípulo segue, negando-se a si mesmo e
carregando a cruz redentora. Este é ainda o caminho.
Nas emergências em curso (2), queremos lembrar
que não existem dispositivos humanos que coíbam o ato de dar, no instituto comum
de fraternidade humana, ou que impeçam a oração sincera, na manifestação universal dos melhores sentimentos das
criaturas.
Recordando esse imperativo da vida, somos
de parecer, igualmente, que, se nunca deveremos negar a Deus o que é de Deus, sempre haverá um meio de atender a
César, no capítulo de suas exigências mutáveis, em cada fase das grandes experiências
coletivas.
Eis a razão pela qual consideramos que, se
for necessário, devem os cristãos voltar às portas fechadas das catacumbas, mas que não apaguem a luz confiada às suas
mãos.
Entendemos a complexidade das obrigações
cometidas aos discípulos novos, em vista da leviandade com que se vão rotulando com o nome de Espiritismo imensas
absurdidades e extravagâncias. É nesse acervo de incompreensões e intoxicações psíquicas que
os discípulos fiéis encontrarão o seu testemunho, porque, na Terra, o justo
suportará o peso das injustiças, qual aconteceu ao Mestre Divino em sua passagem pelo mundo.
Nessa movimentação, porém, a liberdade entre
os aprendizes é apanágio de cada um e cada qual deve ponderar quanto às suas possibilidades de testemunhar, como e
quando, razão por que não podemos dizer: "marchemos cantando", mas
"sigamos vigiando".
A hora não é de entusiasmos e sim de prudência;
não é de inquietação, mas, sim, de oração ativa.
De nós, nada temos; no entanto, estou certo
de que Jesus não nos faltará com o necessário ao cumprimento do nosso dever.
Esperamos que a sua misericórdia nos conceda
a nós, os companheiros desencarnados, a iluminação precisa, para que possamos cooperar
com o teu (3) esforço e dos demais partícipes das grandes responsabilidades da Casa
de Ismael. É a súplica do menor dos teus irmãos.
Sigamos Vigiando
Emmanuel por Chico Xavier
Reformador (FEB)
Agosto 1976
Esta mensagem permaneceu
inédita por cerca de 40 anos
vindo a ser
publicada pela primeira vez, em 1976.
(1) e (2) Referências às perseguições sofridas
pela FEB.
"Reformador" - edições de
outubro de 1974, pág. 308, e
março de 1976, págs. 67/8 - alude ao assunto.
março de 1976, págs. 67/8 - alude ao assunto.
(3) Do Presidente Gulllon Ribeiro,
em 1937.
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