Imaginemo-nos diante de uma falta
alheia que nos fere e aborrece. Erro que nos humilha e estraga a tranquilidade.
Provavelmente, o delito terá sido
até mesmo perpetrado contra nós.
Vale, porém, conscientizar atitudes
antes de apresentar qualquer reação. Se te vês em condições de
raciocinar, será justo inquirir de ti mesmo se a pessoa em falha permanece em
harmonia consigo própria. Disporá do equilíbrio que, porventura, estejamos
desfrutando, para ajuizar com o possível acerto em torno de acontecimentos e coisas?
Que antecedentes lhe ditaram a mudança de conduta? Haverá contado na existência
com as escoras afetivas que nos resguardam a segurança, desde muito tempo? Que
recursos de autoeducação recebeu para evitar a queda em que se nos fez objeto
de inquietação? Que forças lhe pesam na mente para abraçar comportamento
contrário à nossa expectação e confiança?
*
Se te dispuseres ao autoexame,
indispensável à preservação da consciência tranquila, sem
nenhum obstáculo, compreenderás o ensinamento do Cristo, que nos pede amor pelos
inimigos, e recomenda se perdoe a ofensa setenta vezes sete vezes, sempre que
nos bata à
porta ou nos visite o coração.
E não basta unicamente observar a posição
anômala em que os nossos companheiros terão
agido. Razoável reconhecer que, se vivemos, sentimos, pensamos, falamos e trabalhamos
juntos, somos Espíritos na mesma faixa de evolução, uns mais à frente e outros
um tanto à retaguarda do progresso, guardando todos a possibilidade de errar
pelos empeços morais que ainda nos caracterizam.
A diferença entre aqueles que se
transviam e aqueles que se conservam em linha reta
é que o companheiro ainda impecável se mantém de freios seguros no carro da
própria vida,
e o outro, o que errou, perdeu temporariamente o controle da direção.
Erros
e faltas
Emmanuel
por Chico
Xavier
Reformador (FEB) Abril 1976
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