sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Pedro Richard - peregrino do Evangelho - parte 4 e final


Inauguração da sede da FEB no Rio de Janeiro (Av. Passos, 28-30) em 10-12-1911


Pedro Richard  – Peregrino do Evangelho
4
por  Indalício Mendes
Reformador (FEB) Julho 1977

O bordão do peregrino

            Há no "Reformador" de 1º de novembro de 1918 uma sinopse biográfica de Pedro Richard, que parece haver sido escrita por Manuel Quintão, pois não traz assinatura. Presumimo-lo pelo fato de conter o episódio da visita de Quintão a Richard, quando este se achava perto da transposição para o Além, já mencionado linhas supra. Reportemo-nos a alguns trechos, apenas:

            "Aos 65 anos de idade de uma existência acidentada, mas sempre profícua e modelar do ponto de vista espírita, depôs o seu bordão de peregrino na Terra aquele companheiro por tantos títulos querido, que se chamou entre os homens Pedro Richard. O que foi essa individualidade, o papel que ela representou no desdobramento da nossa doutrina, aqui e algures, não pode ser dito em simples artigo periódico, nestas linhas rápidas, ao demais traçadas em momento aflitivo e afanoso, qual o que nesta hora e nesta casa atravessamos, por força da tempestade negra que desabou sobre a população da nossa urbs, obrigando-nos a cuidados e vigílias mais que dobrados, aliás - nunca é demais repeti-lo - com muitas e verdadeiras graças do céu" (referia-se à chamada "gripe espanhola", que dizimou milhares e milhares de pessoas no Rio). ( ... ) "Era o Tesoureiro da sociedade. Tesoureiro, só? Não. Era a sua alma, porque, como depois observamos, o seu critério prático, o seu bom senso nos negócios o elevavam naturalmente a conselheiro obrigatório da confraria e não só da confraria como de quantos eventualmente embaraçados necessitavam de uma voz desinteressada, para opinião segura. De uma feita - a certo interlocutor - ouvimos-lhe responder - meu amigo, tudo o que não possa ser afirmado e feito publicamente é condenável dentro do Evangelho."

            O bordão desse peregrino espírita foi a caridade. Foi nesse bordão que ele apoiou toda a sua atividade, buscando dar de si o máximo, em favor dos necessitados do corpo e da alma. Ninguém a ele recorria, mesmo para uma simples opinião, que não regressasse satisfeito, convencido de que dele ouvira o que realmente necessitava ouvir.

Sempre com o Evangelho

            "Defendendo-se em um processo iníquo e injusto que lhe moveram e do qual saiu limpo de mácula, muita vez o ouvimos orar pelo contendor feroz e ingrato, dizendo - O Cristo disse: "a quem te pedir a capa, dá também a túnica." E era invariavelmente assim: para todos os percalços e imprevistos da vida de relação, ele tinha nos lábios, ou antes, no coração - o ensino profundo e apropositado do Divino Mestre. E eis como oscilante entre a mediania de recursos e a sua carência absoluta, provendo a educação de uma família exemplar, lutando materialmente com mil tropeços fáceis de imaginar num meio social de intensa concorrência de atividades, ele deixa uma memória imarcescível, dessas de que o mundo diz - foi um caráter honrado. Era o homem."

Criador da Assistência

            E adiante: "Criador da Assistência aos Necessitados deste instituto (referia-se à FEB) que há sido em nosso programa o maior e o mais eficiente veículo de propaganda, o companheiro só deixou a Tesouraria depois de concluir o edifício da nossa Sede - tornou-se o diretor deste departamento e, como tal, o organizador dos seus serviços ainda agora unanimimente proclamados beneméritos na pandemia que nos assola (4), imprimindo-lhes esse cunho de ordem, disciplina e moralidade, que eram a característica dominante do seu espírito. E era para todos nós mais novos, ultimamente, um gosto vê-lo chegar pontualmente, religiosamente com arrastado passo, cansado mas satisfeito, em demanda à banca do receituário. Aí, o seu coração de crente humilde se exaltava e tinha timbres e tonalidades extraordinários, porque - importa dizê-lo para que fique como exemplo a seguir - o velho companheiro de Bezerra não limitava a sua tarefa à prescrição do remédio que cura o corpo: ele ia além, ele lidava para aplicar o remédio que cura a alma. E então, conforme o caso que defrontava, era a exortação meiga, que arrancava lágrimas, era o conceito profundo, que fazia pensar e era também o verbo veemente, que fazia tremer. De qualquer forma, entretanto, viva, palpitante, ardente, transbordava a Fé, aquela fé que tão bem lhe assentava ao nome. Mas onde, sobretudo, a sua assistência mediúnica se afirmava extraordinária, era na predileção pelas criancinhas, diante de cujos sofrimentos quase sempre lhe afloravam lágrimas, lágrimas puras, porque sentidas, que ele sabia oferecer à Virgem, em transportes de inefável carícia. Era a mesma afeição amorosa, raiando às vezes pela ingenuidade, que o levara a fazer da família um culto e do lar um templo. Era o médium."

            (4) Referia-se à grande epidemia de "gripe espanhola", em 1918.

O doutrinador

            Pedro Richard serviu 35 anos à Federação Espírita Brasileira, ao Espiritismo, isto é, desde a fundação da Casa de Ismael. Embora, diz a nota, não fosse escritor e muito menos literato, ele escrevia corretamente e colaborou muito tempo no "Reformador". Mas ninguém o excedia no conhecimento e na prática da Doutrina e dos Evangelhos, pois não foi mero predicador evangélico, mas exemplificador. "Há mais de um ano, prossegue a nota do "Reformador", alquebrada pela enfermidade, deixara ele de auxiliar as nossas sessões doutrinárias, nas quais, outrora, a sua palavra concisa e profundamente convicta era ouvida sempre com grande satisfação e acatamento." Compilou magnífica obra didática intitulada "Grupos Espíritas", que foi distribuída a todas as sociedades adesas à Federação, além de outros escritos, alguns de repercussão entre os espíritas.

Na Espiritualidade

            Sua desencarnação ocorreu a 25 de outubro de 1918. Deixou a Terra com a consciência absolutamente tranquila do dever cumprido. Logo a 27, mandou a sua primeira mensagem mediúnica, que justificou a seguinte observação na nota referida:
"Um dos nossos companheiros recebeu espontaneamente a seguinte comunicação, que damos como testemunho da lucidez do amigo que se foi e sobre cuja autenticidade não nos sobram dúvidas, tanto aí se destacam frases peculiares e sinais outros indicativos da sua individualidade.

            Ei-la:

            "Meu amigo, obrigado pelos teus sentimentos carinhosos para comigo. Aqui estou, graças à Nossa Mãe Santíssima, ao teu lado e ao de todos os que trabalham nesta casa sob o olhar de Jesus.
            "Que de bênçãos, meu amigo, jorram do seio amoroso do Divino Mestre sobre os seus servos humildes! Trabalha, trabalha com ardor ao lado de todos os teus companheiros na seara do Senhor do Mundo e o teu espírito sentirá os eflúvios do seu amor puríssimo.
            "Rogando por todos os amigos e companheiros e pedindo para mim a graça de ampará-los na medida de minhas forças nesta jornada difícil, aguardo, cheio de alegria, o momento em que possa de viva voz reafirmar lhes o meu afeto e entoar com todos vós hosanas a Jesus." - 27 de outubro de 1918."

Advertência preciosa

            Ainda hoje, Pedro Richard , de quando em quando, se manifesta no Grupo Ismael. Suas mensagens são sempre repassadas de vigilância e ungidas de amor evangélico. Numa delas faz a seguinte preciosa advertência aos espíritas:

            "Montai guarda, meus companheiros, à tradição desta Casa; defendei os princípios que nortearam a fundação deste templo. Guardai dentro de vós a simplicidade dos verdadeiros discípulos do Evangelho. (...) Convosco estarão todos os que servem a esta Casa, amparados pelos seus maiores, sob as vistas de Ismael. Quando lá fora fordes batidos pelos ventos da adversidade, procurai o aconchego deste templo, orai dentro dos seus muros. Esse o bálsamo que tantas vezes me deu forças para dominar o meu alquebramento. Nunca olvideis o Espírito da Virgem. Deixai que o mundo, que os desorientados vos critiquem. Não vos importeis. Cultuai a Virgem dentro dos vossos corações, certos de que, a uma simples invocação desse Espírito excelso, vossas almas sentirão no seu íntimo profunda mutação, por penetrá-las um eflúvio divino. Amai a Virgem, pela sua pureza, pela sublimidade dos seus sentimentos amorosos, todos vós que desejais servir a seu Filho."

Autodidata laborioso

            Uma das particularidades mais notáveis na personalidade de Pedro Richard que nos coube, por generosidade do Alto, rememorar nestas linhas sem a ousadia de biógrafo, era, como temos dito, a humildade. Não se tratava, porém, de uma atitude convencional, mas de uma expressão íntima da sua alma. E se por vezes deixamos trair a nossa admiração por seus exemplos, por tanta gente testemunhados, é porque achamos necessário que todos nós, que tentamos seguir lhe os passos, sentindo as dificuldades do esforço, saibamos que não é pensando em nós que serviremos a Jesus, a Ismael, ao Espiritismo Cristão. E o fazemos porque a nossa consciência de aprendiz da Doutrina e do Evangelho nos tranquiliza. Pedro Richard não está encarnado, não vive fisicamente entre nós, para se sentir envaidecido com o que dissemos a seu respeito. Nem, na Espiritualidade, de onde frequentemente nos envia as luzes da sua experiência terrena e do seu culto ao Evangelho, receberá nossas palavras como louvaminha ou pretexto para encher as páginas desta revista. Ele, mais evoluído que nós, e já nas graças das bênçãos do Mestre na mansão celeste, sabe, como bem o disse o exemplar Bittencourt Sampaio, outro vulto que dignificou a espécie humana e valorizou o trabalho espírita na Terra, que "o espírita não necessita da lisonja, nem de outro estímulo, senão o de sentir-se em paz com a sua consciência, no exame de seus próprios atos à luz do Evangelho. Esse o maior estímulo que terá, agindo bem."

            Não teve ele oportunidade de realizar, desde cedo, estudos normais metódicos, que lhe assegurassem uma base cultural indispensável a grandes manifestações intelectuais. Considerava-se inculto, embora, pelo esforço e a tenacidade, conquistasse conhecimentos valiosos, através de um autodidatismo fecundo. Num livro assaz interessante - "Les Autodidactes", Benito Cáceres realça os sacrifícios, a força de vontade, as dificuldades de compreensão e assimilação enfrentadas pelos autodidatas para alcançarem uma soma de conhecimentos que satisfaça sua sede de saber. Sem terem podido seguir uma educação escolar normal, metódica e extensa, os obstáculos a vencer são gigantescos. Eles tem, por si mesmos, de lançar os alicerces da cultura que perseguem, tem de ser, como o nome o indica, mestres de si mesmos, colhendo, nas experiências e alternativas da existência, os elementos que lhes darão, mais tarde, fundamento para expressarem ideias e defenderem conceitos e pontos de vista. Os autodidatas predominam no mundo, por não pertencerem, a não ser em casos especiais, à elite cultural dos homens. Mas quantos deles, quantos!, possuem reservas de conhecimentos sólidos, formados duramente na vida, que nem todos os grandes expoentes das letras conseguem acumular!

            Pedro Richard foi, repetimos, um autodidata. Reconhecia não ter condições para apresentar-se como literato, e isso não fazia parte das suas aspirações. Todavia, escrevia corretamente, sabia transmitir a outrem as suas ideias, os seus pensamentos. A sua meta era o conhecimento evangélico. Sabia que o Espiritismo tem uma finalidade altamente didática e ele mesmo o disse, numa mensagem enviada, pelo médium Celani, em agosto de 1940:

            "Se o Espiritismo não regenera o homem, se não lhe dá coração capaz de sentir e compreender a ciência divina, em suas manifestações de sabedoria e justiça perfeitas, então ele não é o Consolador prometido. Toda a sua obra tem que ser, sobretudo, de educação, para que o homem possa regenerar-se e realizar em si mesmo seus ensinos transcendentes, apesar de simples."

Sobretudo, um conciliador

            Sempre evitou controvérsias inúteis. Estudava "Os Quatro Evangelhos", com acendrado carinho. E aconselhava: "Não é, meus caros companheiros, revidando às paixões que os espíritas afirmam a sua qualidade de discípulos do Divino Mestre. A irritação não concilia e nada produz de útil. O Mestre, o modelo, nos deu inúmeros exemplos, em todas as oportunidades. Humildade, sempre humildade. Pela humildade conquistou ele as consciências dos que o servem com a sinceridade nos corações. O Espiritismo não é uma doutrina para entusiasmos; é, sim, uma escola de sacrifícios. Ninguém segue ao Cristo, sem partilhar do seu madeiro."        

            Como na Terra, adverte ele da Espiritualidade: "Irmãos, amigos bem-amados, sede intransigentes em tudo quanto diga respeito à orientação espírita, na certeza de que o Espiritismo é evangélico, ou não é Espiritismo."

            E relembrava:

            "Todos vós que convivestes comigo na minha última jornada, sabeis que, quando me defrontava com essas controvérsias, costumava perguntar: quem apareceu primeiro, a galinha ou o ovo? Homem inculto, mas capacitado de que a minha necessidade primordial era o melhoramento do meu eu, para poder agasalhar a intuição vinda de Deus, porque também há a que vem da treva, dediquei-me de preferência a estudar o Evangelho, rogando sempre ao meu Guia que me abrisse a inteligência para aprender a sutileza dos seus ensinos, o espírito sob a letra; enfim, para sentir aquilo que eu precisava realizar em mim próprio, a fim de guardar as máximas do mesmo Evangelho.
            Podeis debater essas questões, desde que o façais de coração aberto, humilde, ávidos de compreende-las, sem olvidar, porém, que qualquer quebra dos princípios de fraternidade concorre para estabelecer a confusão nos Espíritos, em prejuízo da finalidade da vossa reunião."

            Eis aí a grandeza desse homem que deixou exemplo vivo do que pode o Espiritismo, bem compreendido, bem seguido e bem sentido, realizar pela valorização moral e espiritual do homem. Ao escrever sobre ele, ainda que sem palavras que reflitam fielmente todos os aspectos do seu caráter modelar, queremos honrar todos quantos seguiram os mesmos rumos traçados pelo Evangelho e a Doutrina, e que, do mundo espiritual, continuam trabalhando pelo bem da humanidade, sofrendo com a nossa incompreensão, com a indiferença que ainda mostramos pelas coisas divinas e pelo apego que ainda nos escraviza aos preconceitos terrenos.

Sempre servindo...

            Tal como acontece com outros antigos e exemplares obreiros que passaram pela Federação Espírita Brasileira, honrando sua encarnação e semeando as verdades que podem fazer o homem feliz, Pedro Richard volta e meia nos manda também o incentivo de que todos necessitamos para melhorar o nosso padrão moral e espiritual. E confirma que, depois da chamada morte, o Espírito não se entrega à ociosidade paradisíaca com que lhe acenam outros credos, não se submete à voluptuosidade que tanto mal lhe fez na Terra, desde que queira trabalhar, desde que procure prosseguir no esforço para mais se aproximar de Deus.

            Numa de suas comunicações mediúnicas, chama-nos a atenção de que poderemos colaborar na obra do Mestre, secundando os esforços de Ismael:

            "Tais como os homens, os Espíritos adstritos à atmosfera da Terra colaboram na sua evolução, cada um na medida da sua capacidade intelectual e moral. Daí a necessidade das criaturas darem muita atenção à educação dos seus sentimentos, para poderem estar em comunhão com os Espíritos propensos ao bem, em vez de o estarem com aqueles que se constituem instrumentos do mal."

Conclusão

            Humberto de Campos, já famoso antes de desencarnar, reafirmou seu prestígio de escritor primoroso, após haver ingressado na Espiritualidade, com diversos livros, vindos até nós por meio da mediunidade de Chico Xavier. São livros que podemos reler sem cansaço, antes com renovado prazer, quer pelo estilo leve e agradável do imortal escritor, sob o pseudônimo de Irmão X, quer pelos temas edificantes que abordou com elegância e sabedoria. Enquanto outros não nos chegam, enfatizando os méritos do autor espiritualizado, repassemos os olhos e o sentimento pelas obras já divulgadas, pois assim estaremos beneficiando a nós mesmos.

            "Crônicas de Além-Túmulo", por exemplo, é um livro precioso. Um de seus capítulos tem o título "A Casa de Ismael". São seis páginas de encantamento. Não iremos transcreve-las na íntegra, pois somente reproduziremos as linhas que se referem a Pedro Richard, tal a justiça, peregrina justiça, que Humberto de Campos (Espírito) faz ao bem-amado ancião da FEB:

            "Ainda há poucos dias, enquanto a Avenida Passos fervilhava de movimento, vi às suas portas uma figura singela e simpática de ve lhinho, pronto para esclarecer e abençoar com as suas experiências.

            - Conhece-o? - disse-me alguém, rente aos ouvidos.

            - ?..

            - Pedro Richard ...

            Nesse ínterim, passa um companheiro da humanidade, cheio de instintos perversos, que a morte não conseguiu converter à piedade e ao amor fraterno.

            E Pedro Richard abre os braços paternais para a entidade cruel.

            - Irmão, não queres a bênção de Jesus? Entra comigo ao seu banquete!..

            - Por quê? - replica-lhe o infeliz transbordando perversidade e zombaria. - Eu sou ladrão e bandido, não pertenço à sociedade do teu Mestre.  

            - Mas, não sabes que Jesus salvou Dimas, apesar das suas atrocidades, levando em consideração o arrependimento de suas culpas? - diz-lhe o velhinho com um sorriso fraterno.

            - Eu sou o mau ladrão, Pedro Richard... Para mim não há perdão nem paraíso.

            Mas, o irmão dos infelizes abraça em plena rua movimentada o leproso moral e lhe diz suavemente aos ouvidos:

            - Jesus salvou o bom ladrão e Maria salvou o outro...

            E o que eu vi foi uma lágrima suave e clara rolando na face do pecador arrependido.

            Senhor, eu não estive, aí no mundo, na companhia dos teus servos abnegados e nem comunguei à mesa de Ismael, onde se guarda o sangue do teu sangue e a carne da tua carne, que constituem a essência de luz da tua doutrina.

            Eu não te vi senão como Tomé, na sua indiferença, e como os teus discípulos no caminho de Emaús, com os olhos enevoados pelas neblinas da noite. Todavia, podia ver-te na tua casa, onde se recebe a água divina da fé, portadora de todo o amor, de toda a crença e de toda a esperança. Mas, não é tarde, Senhor! ... Desdobra sobre o meu espírito a luz da tua misericórdia e deixa que desabroche, ainda agora, no meu coração de pecador, as açucenas perfumadas do teu perdão e da tua piedade, para que eu seja incorporado às falanges radiosas que operam na tua casa, exibindo com o meu esforço de espírito a mais clara e a mais sublime de todas profissões de fé. (12 de junho de 1936)."

FIM

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