O Céu e o Inferno
Religião Espírita
I.
Pequeno / Antonio Wantuil
Reformador
(FEB) Agosto 1947
Pelos
jornais católicos, qual acontece no momento, os padres constantemente procuram
demonstrar que o Espiritismo não é uma religião.
Visam, com tal propaganda, convencer o Governo
de que estamos fora da lei e de que a Constituição do País, no seu Capítulo
referente aos direitos das organizações religiosas, nada tem que ver conosco.
O
plano é diabólico, está-se a ver. Examinemo-lo, porém, as bases.
Quando
surgiu o Cristianismo, o seu fundador disse repetidamente que não veio destruir
a religião existente - o Judaísmo; pregava nas sinagogas judaicas e jamais
proibiu que alguém seguisse o Judaísmo. Quando se referia aos seus ensinos,
anunciava-os como o Evangelho do Reino, ou, seja, como a Boa-Nova, que não
viria destruir, mas cumprir a Lei.
Ao
surgir o Espiritismo o mesmo disseram os Espíritos a Kardec, e, por isso, o
Codificador lhes registou o ensino.
Depreende-se
das palavras de Jesus - e das pronunciadas pelos Espíritos que- não existem
religiões, pois que a Lei é uma só.
Os
católicos, porém, fundaram o seu agrupamento e passaram a considerá-lo como uma
religião à parte, desmembrada do Judaísmo e com adaptações à religião então
dominante em Roma - o Paganismo.
Também
Kardec, três meses antes do seu decesso, verificando a necessidade dessa
classificação humana passou a considerar o Espiritismo como religião, conforme
se lê em sua Revue Spirite, de
Dezembro de 1868.
Assim,
se a palavra do fundador do Espiritismo tem menos valor que a opinião de
terceiros, perguntaremos: em quem se basearam os padres para dizer que o
Catolicismo é uma religião? Se o Espiritismo não for considerado religião; com
muito mais razão o Catolicismo não o deve ser.
Se
se basearem em opiniões de terceiros, que não na de Kardec, também poderemos
afirmar que o Catolicismo não é uma religião, mas um agrupamento político, como
o classificaram Rui Barbosa e muitos outros.
Se
considerarem, porém, o termo - RELIGIÃO - como significando esse amontoado de dogmas humanos e de cerimônias herdadas do
Paganismo, nesse caso seremos os primeiros a assegurar que o Espiritismo não é
uma religião; entretanto, etimologicamente e sem deturpações, o Espiritismo não
é em verdade uma religião, mas a religião, porque é a única que não condena os
adeptos de outros agrupamentos às caldeiras de Belzebu.
Assim,
pois, o Espiritismo é a verdadeira religião, porque é também a única que
assevera a salvação de todas as criaturas, a religação delas ao ponto de partida
– Deus -, pertençam essas criaturas a este ou àquele agrupamento religioso cá
da Terra.
O
Espiritismo é, ainda, a religião, a verdadeira, porque não oriunda dos homens,
mas dos ensinamentos do Consolador prometido pelo Cristo de Deus.
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