O Credo,
a Religião do Espiritismo
Allan Kardec
‘Revista
Espírita’ Dezembro 1868
1ª Ed.
FEB - Trad.: Evandro N Bezerra
"Crer
num Deus Todo-Poderoso, soberanamente justo e bom; crer na alma e em sua
imortalidade; na preexistência da alma como única justificação do presente; na
pluralidade das existências como meio de expiação, de reparação e de adiantamento
intelectual e moral; na perfectibilidade dos seres mais imperfeitos; na
felicidade crescente com a perfeição; na equitativa remuneração do bem e do
mal, segundo o princípio: a cada um segundo as suas obras; na igualdade da
justiça para todos, sem exceções, favores nem privilégios para nenhuma criatura; na duração
da expiação limitada à da imperfeição; no livre-arbítrio do homem, que lhe
deixa sempre a escolha entre o bem e o mal; crer na continuidade das relações
entre o mundo visível e o mundo invisível; na solidariedade que religa todos os
seres passados, presentes e futuros, encarnados e desencarnados; considerar a
vida terrestre como transitória e uma das fases da vida do Espírito, que é
eterno; aceitar corajosamente as provações, em vista de um futuro mais
invejável que o presente; praticar a caridade em pensamentos, em palavras e
obras na mais larga acepção do termo; esforçar-se cada dia para ser melhor que
na véspera, extirpando toda imperfeição de sua alma; submeter todas as crenças
ao controle do livre-exame e da razão, e nada aceitar pela fé cega; respeitar
todas as crenças sinceras, por mais irracionais que nos pareçam, e não
violentar a consciência de ninguém; ver, enfim, nas descobertas da Ciência, a revelação das leis da Natureza, que são as leis
de Deus: eis o Credo, a religião do Espiritismo, religião que pode
conciliar-se com todos os cultos, isto é, com todas as maneiras de adorar a
Deus. É o laço que deve unir todos os espíritas numa santa comunhão de
pensamentos, esperando que ligue todos os homens sob a bandeira da fraternidade
universal."
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