Fiéis,
Honestos e Sinceros
Editorial
Reformador
(FEB) Junho 1978
O Cristo de Deus sempre utilizou
grandes missionários para fazer progredir, no mundo, a sua obra divina. E cada
vez que um deles abençoou, com a sua excelsa presença, a Humanidade terrena,
aqui deixou, ao regressar aos seus pagos celestes, não somente nova sementeira
de luzes imortais, senão também a fecunda inspiração dos seus exemplos
edificantes, capazes de suscitar discípulos e imitadores, em favor da
continuidade do trabalho do bem. Os revérberos de sua brilhante claridade
espiritual permanecem por muito tempo na atmosfera do orbe, suprindo de algum
modo o vazio deixado por sua ausência na crosta planetária. Antes, porém, que
esses revérberos esmaeçam, outras grandes almas esplendem de graça divina no
cenário do mundo, a atestar a riqueza infinita do Criador e o poder amoroso do
Cristo.
Pela
sublimal elevação que nos revelam e pelo bem que nos fazem, esses grandes
tarefeiros de Jesus merecem de todos nós o mais profundo respeito, a mais
acrisolada gratidão e todo o amor que sejamos capazes de lhes oferecer. O que
eles não merecem é que façamos deles bandeiras de discórdia e que lhes usemos
indebitamente o nome e o trabalho para tentar desacreditar instituições,
movimentos e pessoas. O que eles positivamente não merecem é que procuremos
usar-lhes a bondade e a presença para procurar colocá-los como recurso ou
alternativa mais alta contra companheiros de ideal e suas organizações mais
responsáveis. E, sobretudo, o que eles não merecem é que lhes exploremos
antecipadamente a desencarnação, para fomentar, desde já, o descrédito generalizado
dos que permanecerão a postos, no campo das lutas terrenas, instigando
desacordos, inconformidades, dissenções e separatismos.
É
muito natural que seja dolorosa para nós a expectativa do regresso, aos Céus,
de algum servidor do Mundo Maior, que esteja em
serviço reencarnatório sobre a face da Terra. Dor de saudade antecipada, precoce
sensação de perda de um convívio que ainda não merecemos seja permanente. Jamais, porém,
presságio de caos, de irremissível desorganização das estruturas terrestres da obra
divina, como se o poder de Deus, do Cristo e de Ismael, e a boa-vontade sincera dos
lidadores humanos de boa-fé, nada valessem.
O
próprio Mestre Divino, após legar-nos o seu Evangelho de Amor, ausentou-se do chão planetário, deixando a sua mensagem aos
cuidados dos seus Apóstolos, que também, cada qual por sua vez, partiram deste
mundo. Estêvão, Paulo e a gloriosa Mãe Maria de Nazaré, também retomaram, um dia, às
regiões etéreas de onde provieram. Assim Francisco de Assis, assim Vicente de
Paulo, assim Kardec... Nenhum deles transferiu a ninguém a sua própria tarefa,
por ser isso impossível. Não se herda nem se lega dons espirituais ou
responsabilidades da alma!
Apesar
disso, o plano divino jamais deixou de ser cumprido, mais depressa ou mais devagar, conforme as circunstâncias, porém
nunca deixou de progredir. Não há de ser agora, neste fim de milênio e diante
de uma nova era, de importância vital para a Humanidade, que a desencarnação de
um missionário, por maior que ele seja, combalirá o Movimento Espírita da
Pátria do Evangelho. Realmente, os homens podem, sob o influxo de Inteligências
malignas, fazer de quaisquer nomes e de quaisquer obras motivos de animosidade
e perversão, como fizeram até mesmo com o nome e com o Evangelho do próprio
Senhor Jesus-Cristo. Isso, porém, só voltará a acontecer se, embora iluminados
pelas luzes do Celeste Consolador, não conseguirmos ser, como de nós se espera,
servidores do bem, fiéis, honestos e sinceros.
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