Salve, Codificador!
de Vianna
de Carvalho
por Divaldo Franco
in Reformador
(FEB) Março 1959
Corria
o reinado de Napoleão III entre desesperos e inquietações. Prometendo a
República, fizera-se imperador desde 1848, deixando a França ansiosa e
insatisfeita.
Nas
ruas de Paris e nas Academias a revolução das ideias parecia repetir o
pensamento de Voltaire, Condorcet, Montesquieu ... os pré-revolucionários.
As
igrejas digladiam-se sob as ameaças do materialismo ateu e do racionalismo
niilista que começam a vencer a ignorância e os dogmas.
Kardec
é chamado à faina da renovação dos ideais e da preparação do porvir. Começam os embates.
Na
vitrine da Galeria d'Orleans, no Palácio Real, o Sr. Dentu põe em destaque o
livro do Sr. Allan Kardec.
O
abade de Leçanu, que representa a nobreza intelectual do Clero livre,
fascina-se com "O Livro dos Espíritos" e afirma que ele contém o de
quanto é necessário para, posto em prática, conduzir qualquer criatura ao Céu.
A
intolerância, porém, fermenta a revolta e o crime baba sua peçonha através de
preconceitos entre as paredes estreitas da inveja. Em Barcelona são incinerados
300 volumes que trazem o pensamento revolucionário, como se, queimando os
livros, destruíssem as ideias.
O
sol da Crença, porém, despede seus raios como dardos de vitória e a mensagem do
Espiritismo faz renascer das cinzas do esquecimento, à semelhança de Circe, as filosofias
que foram a glória de Civilizações passadas, para deslumbramento e júbilo de
tristes, ansiosos e escravos.
Gabinetes
de empirismo e cientificismo são transformados e a experimentação metapsíquica revela
a imortalidade da alma, vitoriosa, após a morte...
O
próprio Napoleão III abre as portas das Tulherias, ouve o Sr. Rivail, entre
encantado e atencioso.
Os
mortos voltam, as vozes falam...
*
Da
mesma cidade de Lyon, onde o Cristianismo conheceu tantos testemunhos de fé,
através do martírio nos primeiros séculos; o mundo recebeu, com Kardec, a
mensagem portadora da luz e da consolação para a Humanidade inteira.
Cumprem-se
as promessas de Jesus.
O
Paracleto chega, consola e fica; a fé esclarece-se, perdura e guia; a filosofia
explica, orienta e ilumina; a Ciência afirma a Crença e o conhecimento apoia-se
na fé, em termos exatos e reais.
Novos
horizontes rasgam-se à indagação. Outros rumos se abrem ao saber.
As
premissas da paz estabelecem as diretrizes da felicidade, e o Cristo,
triunfante e vivo, volta ao saudoso coração de quantos o aguardam expectantes,
em confiança. Glória a ti, ó Kardec! vitorioso construtor dos
tempos novos. Teus discípulos, jubilosos e gratos, homenageiam-te e saúdam-te.
Do Blog: Desconhecemos relatos de historiadores encarnados sobre os
encontros de Kardec e Napoleão III. Caso o leitor disponha dessa informação
apreciaríamos receber os dados sobre a fonte (título, autor etc).
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