Fé,
do tamanho de
um grão de mostarda...
17,14 E,
quando eles se reuniram ao povo, um homem aproximou-se deles e prostrou-se
diante de Jesus,
17,15 dizendo: - Senhor, tem piedade de meu
filho que está obsedado e sofre muito: Ora cai no fogo, ora na água;
17,16 Já
o apresentei a Teus discípulos, mas eles não
o puderam curar.
17,17
Respondeu Jesus: “ -Raça incrédula e de pouca fé! Até quando estarei convosco?
Até quando hei de aturar-vos? Trazei-mo!”
17,18
Jesus retirou o obsessor e este afastou-se do menino que ficou bom na mesma
hora.
17,19
Então, os discípulos lhe perguntaram: - Porque não pudemos nós expulsar o
obsessor?
17,20
Jesus respondeu-lhes: “ -Por causa de vossa pouca fé. Em verdade vos digo,
se tiverdes fé, como um grão de mostarda, direis a esta montanha: Transporta-te
daqui para lá, e ela irá, e nada vos será impossível. 17,21 Quanto a essa
espécie de obsessor, só se pode afastar à força de oração e de jejum.”
Para Mt (17,14-21),
-Fé, do tamanho de um
grão de mostarda... -tomemos a
palavra de Kardec, no Cap. XIX de “O
Evangelho...”:
“No sentido próprio, é certo que a
confiança nas próprias forças torna capaz de executar coisas materiais que não
se pode fazer quando se duvida de si; mas aqui é unicamente no sentido moral
que é preciso entender essas palavras. As montanhas que a fé transporta são as
dificuldades, as resistências, a má vontade, numa palavra, que se encontra
entre os homens quando se trata das melhores coisas; os preconceitos da rotina,
o interesse material, o egoísmo, a cegueira do fanatismo, as paixões
orgulhosas, são outras tantas montanhas que barram o caminho de todo aquele que
trabalha pelo progresso da Humanidade. A fé robusta dá a perseverança, a
energia e os recursos que fazem vencer os obstáculos, nas pequenas como nas
grandes coisas; a que é vacilante dá a incerteza, a hesitação de que se
aproveitam aqueles que se quer combater; ela não procura os meios de vencer, porque
não crê poder vencer.”
“O poder da fé recebe uma aplicação
direta e especial na ação magnética; por ela o homem age sobre o fluido, agente
universal, lhe modifica as qualidades e lhe dá uma impulsão, por assim dizer,
irresistível. Por isso aquele que, a um grande poder fluídico normal junta uma
fé ardente, pode, apenas pela vontade dirigida para o bem, operar esses
fenômenos estranhos de cura e outros que, outrora, passariam por prodígios e
que não são, todavia, senão as consequências
de uma lei natural. Tal o motivo pelo qual Jesus disse aos seus apóstolos: se não haveis curado é que não tínheis a
fé.”
Para Mt
(17,20) -Nada vos seria impossível...- leiamos “Livro da Esperança” de Emmanuel
por Chico Xavier:
“Há quem diga que a discórdia e a
ignorância, a penúria e a carência são chagas crônicas, no corpo da Humanidade,
apelando simplesmente para o auxílio de Deus, qual se Deus estivesse
escravizado aos nossos caprichos, com a obrigação de resolver-nos os problemas,
a golpe de mágica.
Indubitavelmente, nada de bom se
efetua sem o auxílio de Deus, no entanto, vale destacar que o Infinito Amor age
na Terra, nas questões propriamente humanas, pela capacidade do homem,
atendendo à vontade do próprio homem.
As criaturas terrestres, através de
milênios, vêm realizando as mais belas empresas da evolução, com o Amparo
Divino.
Viviam segregadas no primitivismo
dos continentes...
Quando se decidiram a conhecer o que
havia, para além dos mares enormes, com o auxílio de Deus, construíram as naves
que se sustentam sobre as ondas.
Venciam penosamente as longas
distâncias...
Quando se dispuseram a buscar mais
largas dotações de movimento, com o auxílio de Deus, fabricaram veículos a
motor, que deslizam no solo ou planam no espaço.
Jaziam submetidas às manufaturas,
que lhes mantinham todas as faculdades na sombra da insipiência.
Quando resolveram conquistar o tempo
preciso para o cultivo mais amplo da inteligência, com o auxílio de Deus,
estruturaram as máquinas que lhes descansam a mente e as mãos, por toda parte,
desde o cérebro eletrônico à enceradeira.
Padeciam visão limitada...
Quando diligenciaram obter meios de
análise, com o auxílio de Deus, passaram a deter lentes e raios que lhes
facultam observações minuciosas, tanto nos astros, quanto nas peças mais
ínfimas do mundo orgânico.
Experimentavam manifesta insuficiência de comunhão
espiritual...
Quando se afadigaram por estabelecer
contato entre si, com o auxílio de Deus, atingiram as comunicações sem fio, que
lhes permitem o mútuo entendimento, de um lado a outro da Terra, em fração de
segundos.
Tudo isso conseguiram aprendendo,
trabalhando, sofrendo e aperfeiçoando... E, para desfrutarem semelhantes
benefícios, pagam naturalmente a aquisição de passagens e utensílios, engenhos
e serviços.
Assim
também, os males que atormentam a vida humana podem ser extirpados da Terra, se
procurarmos construir o bem, à custa do próprio esforço, com o auxílio de Deus.
Tesouros
do tempo, orientação, entendimento e recursos outros não nos faltam.
Urge,
porém, reconhecer que somos responsáveis pelas próprias obras.
Desse
modo, com o auxílio de Deus, será possível transformar o mundo em radioso
paraíso, a começar de nós mesmos, no entanto, isso apenas acontecerá se nós
quisermos.”
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