quinta-feira, 29 de agosto de 2013

44. 'Revelação dos Papas' - Jacó, o Patriarca


44
‘Revelação dos Papas’
(Obra Mediúnica)

- Comunicações d’Além Túmulo –


                                                      Publicada sob os auspícios da
União Espírita Suburbana
Rua Dias da Cruz 177, Méier

Officinas Graphicas d’A Noite
Rua do Carmo, 29
1918


Jacó, o patriarca

O médium vê o espírito envolto em ondas de luz branca, suavíssima, 
semelhante ao brilho da prata,
 tendo em redor flamas de cor verde e azul pavão , 
formando um  conjunto encantador.
 Consegue depois ver a cabeça de um velho, 
com os cabelos em cachos e a barba e os bigodes não muito grandes.

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            Meus amados irmãos, filhos de Deus, descendentes de lsrael, aqui está um dos está um dos vossos antigos guias, um dos iniciadores da vossa civilização; acha-se na vossa presença um dos mais humildes e fieis servos do Senhor.

            O meu espírito evoluiu através dos séculos, viveu já muito na Terra e em outros mundos, onde pregou e semeou os ensinamentos que lhe foram dados por Deus e por Jesus, ao entrar na vida material terrena. Hoje vivo mui distante de vós, habito regiões longínquas, onde gozo a paz e a felicidade que Deus me concedeu pelos meus esforços, pelo sacrifício que fiz para auxiliar o progresso da humanidade em cujo seio fui chamado a viver. Venho, pois, de muito longe, parti de um ponto ignorado por vós outros, para vir colaborar nesta "Revelação", empenhar-me na obra de resgate do vosso mundo; a cujo inicio assisti; e tenho, assim, o prazer e a glória de trabalhar no advento da Nova Era.

            Meus amigos; fostes imprudentes abandonando o verdadeiro caminho, o mais curto que vos poderia conduzir facilmente para junto de Deus. Praticastes um grande crime voltando as costas à cruz e apagando os ensinamentos de Jesus estampados em vossos corações, gravados no fundo das vossas consciências! Feristes a lei divina, ofendestes o Criador repudiando os ensinamentos do Seu Filho, negando existência do Pai Celestial, estabelecendo no mundo o reinado da impiedade, da descrença e do materialismo. Destruístes o Decálogo, profanastes o Evangelho e violastes tudo quanto vos foi legado pelos antigos diretores espirituais: cavastes um fundo abismo aos vossos pés, abrindo vós mesmos a profunda e sombria sepultura onde sereis lançados.
             
            Derrubastes todos os ideais que nasceram convosco, todas as aspirações alimentadas pelas gerações que vos antecederam neste planeta, e reduzistes a pó todas os símbolos da fé, todos os ensinamentos que herdastes dos vossos maiores. Fostes perjuros, apóstatas, falsos, demolidores: traístes a vossa própria consciência, mentistes à vossa própria razão e falseastes todos os princípios de moral que vos foram legados pelos iniciadores da vida social no mundo que habitais. Quebrastes o elo que ligava o presente ao passado, interrompendo o encadeamento das tradições cristãs, a marcha do progresso moral, iniciada há tantos séculos, a custa de dolorosos sacrifícios, pelas primitivas gerações. Desse modo, sois criminosos, culpados das vossas infelicidades atuais e responsáveis pelo atraso do planeta que vos foi designado para ser o berço do vosso progresso espiritual.

            Transformastes a vida numa fonte de gozo material, vivestes somente pelos sentidos, cultivastes os instintos grosseiros, assim criando uma vida artificial, enganadora e desumana: procurastes apenas a satisfação dos apetites brutais e transformastes a Terra num pântano moral, onde vivestes afundados, mergulhados até hoje e de onde saís agora para lavar o lodo das vossas abjeções e misérias no sangue que está alagando a superfície do formoso planeta que habitais.

            Tudo fizestes para apagar o nome de Deus, destruir os vestígios da Sua infinita sabedoria e ofuscar o sol da Sua justiça. Negastes a existência do Criador e proclamaste a imortalidade da matéria, por vós considerada o principal fator de tudo quanto existe, afirmando a existência do homem sem alma, vivendo unicamente a vida inferior e incompleta da matéria inconsciente.

            Zombastes de tudo, encanecestes de Deus e de Jesus, desprezastes os grandes exemplos de humildade, justiça e amor que vos foram dados pelo Mestre dos mestres. Fechastes os olhos à luz que tantas vezes tem baixado sobre a Terra para chamar a vós a atenção para o Alto; não quisestes ouvir os avisos que inúmeras vezes foram trazidos ao mundo pelos espíritos eleitos, os missionários enviados por Deus e inspirados por Jesus.
             
            Teimastes em negar o poder e a sabedoria divinos, proclamando obra do acaso tudo que existe na Terra. Jamais admitistes que os que se diziam confiantes na justiça e no amor infinitos assumissem a direção dos povos.

            Tudo fizestes não só para sufocar os impulsos e sentimentos generosos que irrompiam dos corações amigos e bondosos dos crentes e humildes, como para implantar na Terra doutrinas criminosas, destruidoras da paz e tranquilidade que deviam ser desfrutadas pelos homens. Não poupastes esforços para convencer os vossos irmãos de que a força material é a única que existe, afirmando-lhes ser tudo matéria, nada havendo, portanto, além das fronteiras do vosso planeta.

            Erigistes uma Babel - supondo construir um templo consagrado à paz, à justiça e ao amor; criastes um inferno - alegando edificar onde desfrutásseis todas as delícias e venturas     durante a vida terrena; armastes uma forca - presumindo arquitetar um trono, do alto do qual o homem reinasse feliz e satisfeito, dominando o mundo com a vontade e o seu poder. 

            Consumistes todo esse tempo que decorre do período em que vivi sob o nome de Jacó, até os vossos dias, em preparar a colossal fogueira em que vos queimais neste momento. Sacrificastes tantos séculos, tantas gerações, perdestes tantas anos, esgotastes tantas energias, desperdiçastes tantas forças, tanto sangue, tanta vida - para terminardes na horrível hecatombe que vos abala e vos deixa apreensivos, a pensar nas suas consequências, nos resultados que sobrevirão a esse tremendo abalo.

            Não tivestes fé, não fostes reflexivos e cautelosos; o orgulho empolgou as vossas almas, escravizou as vossas consciências, o egoísmo e a ambição perturbaram a vossa inteligência, tolheram o vosso raciocínio, escavaram na vossa alma imenso vácuo que não sabeis agora como preencher, e faltam-vos elementos para entulhar o abismo em que se transformou a consciência do homem moderno.

            Estais aflitos, desesperados, tristes e sem saber como fazer cessar a tempestade que vós mesmos fizestes desencadear sobre o vosso mundo e sobre a vossa humanidade! Choras a vossa ruína e a vossa desgraça, sem saber como achar alívio para a imensa dor que devora o vosso coração! Sentis agora quanto andastes errados no caminho que seguistes; começais a compreender que sois fracos, impotentes para apagar esse incêndio que ateastes com as vossas próprias mãos; principiais a ver que não sois tão fortes como pensáveis e quão reduzida é a vossa sabedoria e débeis os recursos morais de que dispondes para falar de paz,
concórdia; compreendeis hoje que só a paz, o amor, a justiça e a fraternidade são capazes de tornar o homem feliz sobre a Terra.

            Tendes agora a visão de melhores dias, vividos à sombra da paz, alentados pela fé e embalados pelo amor! Chegou a hora em que haveis de refletir sobre tudo quanto afirmastes, tudo quanto negastes, o que destruístes, o que violastes, o que profanastes, o que repudiastes; o momento em que ides compreender o valor das palavras de Jesus -  "O meu reino não é deste mundo”; aproxima-se a hora em que ides ter a desilusão completa do valor da vossa ciência, do poder da vossa sabedoria; vai bater a hora em que haveis de saber que existe alguma coisa além da matéria, um poder muito maior que o vosso, uma sabedoria infinita, uma justiça também infinita e um Deus infinitamente justo, bom e sábio!

            Bate à vossa porta, humanidade, o dia em que vos convencereis da inutilidade de todos os esforços que fizestes para apagar o nome de Deus - gravado no fundo de todas as coisas humanas - e as luminosas verdades ensinadas por Jesus.

            Ides ouvir a voz da vossa própria consciência clamando contra os vossos erros, crimes e faltas gravíssimas que cometestes pelo caminho errado que seguistes, e os desmandos, horrores e desgraças que semeastes no vosso globo.

            Deus, entretanto, virá em socorro dos homens. Ele vos dará alívio mandando proclamar estas grandes verdades, que vos servirão de bálsamo e vos darão paz e tranquilidade de espírito e de consciência. Deus estará convosco nessa hora, Jesus baixará sobre vós para suavizar as vossas dores com os doces eflúvios do seu coração boníssimo e puro.

            Jesus não vos abandonará; ele virá, em pessoa, ajudar-vos nesse instante dolorosíssimo para a humanidade terrena, O Salvador do Mundo virá visitar-vos, trazendo a nova luz que promete seria dada de boa vontade, aos homens de boa fé e coração puro: Ele ai vem.

            Aproxima-se a hora, vem raiando o dia sublime da vossa redenção; aparecem já os primeiros clarões dessa alvorada, dessa manhã cheia de luz, alegrias, risos e esperanças; desponta já o sol do Espiritismo, que há de encher de felicidade esse dia formoso que vem nascendo para o mundo cristão!

            Está prestes a soar a hora da vossa libertação; deveis, portanto, orar sem cessar, erguer os olhos para o Alto, pedindo a Deus que vos dê a luz necessária para poderdes, no dia glorioso de que vos falo, compreender as luminosas palavras contidas no Evangelho de Jesus.

            Que a misericórdia divina ampare a humanidade terrena.

            Adeus.

Jacó, o patriarca
Março de 1916

Informações complementares
            Foi grande sacerdote. Era filho de Isaac e de Rebeca. 
página 52 do Livro ‘Emissários da Luz e da Verdade’

1ª Edição 1959    Ed. Divino Mestre - RJ  RJ

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