44
‘Revelação dos Papas’
(Obra Mediúnica)
- Comunicações d’Além Túmulo –
Publicada sob os auspícios da
União Espírita Suburbana
Rua Dias da Cruz 177, Méier
Officinas Graphicas d’A
Noite
Rua
do Carmo, 29
1918
Jacó, o
patriarca
O médium vê o espírito
envolto em ondas de luz branca, suavíssima,
semelhante ao brilho da prata,
tendo em redor flamas de cor verde e azul
pavão ,
formando um conjunto encantador.
Consegue depois ver a cabeça de um velho,
com
os cabelos em cachos e a barba e os bigodes não muito grandes.
___________________________
Meus amados irmãos, filhos de Deus,
descendentes de lsrael, aqui está um dos está um dos vossos antigos guias, um
dos iniciadores da vossa civilização; acha-se na vossa presença um dos mais
humildes e fieis servos do Senhor.
O meu espírito evoluiu através dos séculos,
viveu já muito na Terra e em outros mundos, onde pregou e semeou os ensinamentos
que lhe foram dados por Deus e por Jesus, ao entrar na vida material terrena. Hoje
vivo mui distante de vós, habito regiões longínquas, onde gozo a paz e a felicidade
que Deus me concedeu pelos meus esforços, pelo sacrifício que fiz para auxiliar
o progresso da humanidade em cujo seio fui chamado a viver. Venho, pois, de
muito longe, parti de um ponto ignorado por vós outros, para vir colaborar
nesta "Revelação", empenhar-me
na obra de resgate do vosso mundo; a cujo inicio assisti; e tenho, assim, o
prazer e a glória de trabalhar no advento da Nova Era.
Meus amigos; fostes imprudentes
abandonando o verdadeiro caminho, o mais curto que vos poderia conduzir
facilmente para junto de Deus. Praticastes um grande crime voltando as costas à
cruz e apagando os ensinamentos de Jesus estampados em vossos corações, gravados
no fundo das vossas consciências! Feristes a lei divina, ofendestes o Criador
repudiando os ensinamentos do Seu Filho, negando existência do Pai Celestial,
estabelecendo no mundo o reinado da impiedade, da descrença e do materialismo.
Destruístes o Decálogo, profanastes o Evangelho e violastes tudo quanto vos foi
legado pelos antigos diretores espirituais: cavastes um fundo abismo aos vossos
pés, abrindo vós mesmos a profunda e sombria sepultura onde sereis lançados.
Derrubastes todos os ideais que nasceram
convosco, todas as aspirações alimentadas pelas gerações que vos antecederam neste
planeta, e reduzistes a pó todas os símbolos da fé, todos os ensinamentos que
herdastes dos vossos maiores. Fostes perjuros, apóstatas, falsos, demolidores:
traístes a vossa própria consciência, mentistes à vossa própria razão e
falseastes todos os princípios de moral que vos foram legados pelos iniciadores
da vida social no mundo que habitais. Quebrastes o elo que ligava o presente ao
passado, interrompendo o encadeamento das tradições cristãs, a marcha do
progresso moral, iniciada há tantos séculos, a custa de dolorosos sacrifícios,
pelas primitivas gerações. Desse modo, sois criminosos, culpados das vossas
infelicidades atuais e responsáveis pelo atraso do planeta que vos foi designado
para ser o berço do vosso progresso espiritual.
Transformastes a vida numa fonte de gozo
material, vivestes somente pelos sentidos, cultivastes os instintos grosseiros,
assim criando uma vida artificial, enganadora e desumana: procurastes apenas a
satisfação dos apetites brutais e transformastes a Terra num pântano moral,
onde vivestes afundados, mergulhados até hoje e de onde saís agora para lavar o
lodo das vossas abjeções e misérias no sangue que está alagando a superfície do
formoso planeta que habitais.
Tudo fizestes para apagar o nome de Deus,
destruir os vestígios da Sua infinita sabedoria e ofuscar o sol da Sua justiça.
Negastes a existência do Criador e proclamaste a imortalidade da matéria, por
vós considerada o principal fator de tudo quanto existe, afirmando a existência
do homem sem alma, vivendo unicamente a vida inferior e incompleta da matéria
inconsciente.
Zombastes de tudo, encanecestes de Deus
e de Jesus, desprezastes os grandes exemplos de humildade, justiça e amor que
vos foram dados pelo Mestre dos mestres. Fechastes os olhos à luz que tantas
vezes tem baixado sobre a Terra para chamar a vós a atenção para o Alto; não
quisestes ouvir os avisos que inúmeras vezes foram trazidos ao mundo pelos espíritos
eleitos, os missionários enviados por Deus e inspirados por Jesus.
Teimastes em negar o poder e a
sabedoria divinos, proclamando obra do acaso tudo que existe na Terra. Jamais
admitistes que os que se diziam confiantes na justiça e no amor infinitos
assumissem a direção dos povos.
Tudo fizestes não só para sufocar os
impulsos e sentimentos generosos que irrompiam dos corações amigos e bondosos
dos crentes e humildes, como para implantar na Terra doutrinas criminosas,
destruidoras da paz e tranquilidade que deviam ser desfrutadas pelos homens. Não
poupastes esforços para convencer os vossos irmãos de que a força material é a única
que existe, afirmando-lhes ser tudo matéria, nada havendo, portanto, além das
fronteiras do vosso planeta.
Erigistes uma Babel - supondo
construir um templo consagrado à paz, à justiça e ao amor; criastes um inferno -
alegando edificar onde desfrutásseis todas as delícias e venturas durante a vida terrena; armastes uma forca
- presumindo arquitetar um trono, do alto do qual
o homem reinasse feliz e satisfeito, dominando o mundo com a vontade e o seu
poder.
Consumistes todo esse tempo que
decorre do período em que vivi sob o nome de Jacó, até os vossos dias, em
preparar a colossal fogueira em que vos queimais neste momento. Sacrificastes
tantos séculos, tantas gerações, perdestes tantas anos, esgotastes tantas
energias, desperdiçastes tantas forças, tanto sangue, tanta vida - para
terminardes na horrível
hecatombe que vos abala e vos deixa apreensivos, a pensar nas suas consequências,
nos resultados que sobrevirão a esse tremendo abalo.
Não tivestes fé, não fostes reflexivos
e cautelosos; o orgulho empolgou as vossas almas, escravizou as vossas consciências,
o egoísmo e a ambição perturbaram a vossa inteligência, tolheram o vosso raciocínio,
escavaram na vossa alma imenso vácuo que não sabeis agora como preencher, e
faltam-vos elementos para entulhar o abismo em que se transformou a consciência
do homem moderno.
Estais aflitos, desesperados,
tristes e sem saber como fazer cessar a tempestade que vós mesmos fizestes
desencadear sobre o vosso mundo e sobre a vossa humanidade! Choras a vossa
ruína e a vossa desgraça, sem saber como achar alívio para a imensa dor que
devora o vosso coração! Sentis agora quanto andastes errados no caminho que seguistes;
começais a compreender que sois fracos, impotentes para apagar esse incêndio
que ateastes com as vossas próprias mãos; principiais a ver que não sois tão
fortes como pensáveis e quão reduzida é a vossa sabedoria e débeis os recursos morais
de que dispondes para falar de paz,
concórdia;
compreendeis hoje que só a paz, o amor, a justiça e a fraternidade são capazes
de tornar o homem feliz sobre a Terra.
Tendes agora a visão de melhores dias,
vividos à sombra da paz, alentados pela fé e embalados pelo amor! Chegou a hora
em que haveis de refletir sobre tudo quanto afirmastes, tudo quanto negastes, o
que destruístes, o que violastes, o que profanastes, o que repudiastes; o
momento em que ides compreender o valor das palavras de Jesus - "O meu reino não é deste mundo”; aproxima-se
a hora em que ides ter a desilusão completa do valor da vossa ciência, do poder
da vossa sabedoria; vai bater a hora em que haveis de saber que existe alguma
coisa além da matéria, um poder muito maior que o vosso, uma sabedoria infinita,
uma justiça também infinita e um Deus infinitamente justo, bom e sábio!
Bate à vossa porta, humanidade, o
dia em que vos convencereis da inutilidade de todos os esforços que fizestes
para apagar o nome de Deus - gravado no fundo de todas as coisas humanas - e as
luminosas verdades ensinadas por Jesus.
Ides ouvir a voz da vossa própria
consciência clamando contra os vossos erros, crimes e faltas gravíssimas que
cometestes pelo caminho errado que seguistes, e os desmandos, horrores e
desgraças que semeastes no vosso globo.
Deus, entretanto, virá em socorro
dos homens. Ele vos dará alívio mandando proclamar estas grandes verdades, que
vos servirão de bálsamo e vos darão paz e tranquilidade de espírito e de consciência.
Deus estará convosco nessa hora, Jesus baixará sobre vós para suavizar as
vossas dores com os doces eflúvios do seu coração boníssimo e puro.
Jesus não vos abandonará; ele virá,
em pessoa, ajudar-vos nesse instante dolorosíssimo para a humanidade terrena, O
Salvador do Mundo virá visitar-vos, trazendo a nova luz que promete seria dada
de boa vontade, aos homens de boa fé e coração puro: Ele ai vem.
Aproxima-se a hora, vem raiando o
dia sublime da vossa redenção; aparecem já os primeiros clarões dessa alvorada,
dessa manhã cheia de luz, alegrias, risos e esperanças; desponta já o sol do
Espiritismo, que há de encher de felicidade esse dia formoso que vem nascendo
para o mundo cristão!
Está prestes a soar a hora da vossa
libertação; deveis, portanto, orar sem cessar, erguer os olhos para o Alto,
pedindo a Deus que vos dê a luz necessária para poderdes, no dia glorioso de
que vos falo, compreender as luminosas palavras contidas no Evangelho de Jesus.
Que a misericórdia divina ampare a
humanidade terrena.
Adeus.
Jacó, o
patriarca
Março de 1916
Informações complementares
Foi grande sacerdote. Era filho de Isaac e de
Rebeca.
página 52 do Livro ‘Emissários da Luz e da Verdade’
1ª Edição 1959 Ed. Divino Mestre
- RJ RJ
Nenhum comentário:
Postar um comentário