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O Deus dos católicos.
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O Infinito com limites.
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O absurdo.
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Segundo o critério romano, quem é Deus?
Deus
em sua essência, em si mesmo, é um ser infinitamente puro e perfeito, eterno,
imenso, onipotente, causa do Universo, infinitamente bom, sábio, justo e misericordioso;
em suma, é o poder, a sabedoria e o amor infinitos concentrados numa
individualidade indefinível.
Estamos
conformes, de toda a conformidade, com o critério de Roma, quanto à essência da
divina substância. Corresponde perfeitamente à ideia que pode fazer da Divindade
o limitadíssimo entendimento do homem. Despojar a Deus de qualquer daqueles
atributos, seria destruir a concepção de Deus - seria estabelecer a negação
como ponto de partida e base de todas as afirmações altruísticas.
E
isto é perfeitamente o que faz a Igreja Romana dentro do seu critério
religioso, na esfera das relações entre o homem e o Ser Supremo.
O
infinito limitado, o absurdo, tal o cimento da religião dos papas; mas o cimento
de toda religião é Deus - e o Deus de Roma é o infinito com limitações.
Pureza
- perfeição - sabedoria infinitas limitadas, no entanto, por uma impureza - por
uma imperfeição, seria um erro eterno; seria o mal absoluto, seria um dos resultados
da obra de Deus.
Neste
caso o poder infinito para o bem seria limitado pelas conquistas do Espírito
maligno, pois revelam claramente a importância divina (4) ante o poder de uma das suas criaturas.
(4)
Ninguém pode entrar na casa do valente e roubar-lhe as joias, sem que primeiro
prenda o valente, para depois saquear- lhe a casa. (S. Marcos, cap. III, vers.
27)
A
bondade infinita seria limitada pela criação da imensa multidão de Espíritos
predestinados a eternos sofrimentos.
A
misericórdia e o amor infinitos teriam seu limite à porta do horrendo calabouço
dos miseráveis réprobos.
A
justiça infinita seria limitada pela injustiça de bárbaros e exagerados
castigos - e pelas preferências caprichosas entre os Espíritos angélicos e
humanos - entre estes, principalmente, pois, sendo definitiva a sua sorte
depois da existência corporal, para que fosse justo o castigo e imparcial o
prêmio, seria preciso que todos sofressem iguais provas, assim como
contrariedades e tentações em condições idênticas.
Se,
pois, aceitamos o critério de Roma quanto à evidência divina, muito longe estamos
de respeitá-lo como guia fiel e intérprete infalível no que entende com as relações
entre as criaturas e o Criador; mas, tão longe mesmo, que não vacilamos em
considerá-la a principal causa das divisões e cismas da Igreja - da indiferença
religiosa - do positivismo - e do materialismo que tão audaz se ostenta em
nossos dias.
O
absurdo não pode dar outro fruto que não seja a negação. O absurdo religioso
conduz, primeiro, à divisão, ao cisma, e conclui pela indiferença e pelo
ateísmo.
Estamos
na última fase do Catolicismo Romano.
Fonte:
‘Roma e o Evangelho’
de
José Amigó y Pellícer
(7ª Ed.
FEB - 1982)
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