Constantino I
“O Papado
Desde
a décima perseguição que o Cristianismo era considerado em Roma como doutrina morta, mas os prepostos do Mestre não descansavam,
com o nobre fim de fazer valer os seus generosos princípios. A fatalidade
histórica reclamava a sua colaboração nos gabinetes da política do mundo e,
ainda uma vez, a indigência dos homens não compreendeu a dádiva do plano espiritual
porque, logo depois da vitória, os bispos romanos solicitavam prerrogativas
injustas sobre os seus humildes companheiros de episcopado. O mesmo espírito de
ambição e de imperialismo, que de longo tempo trabalhava o organismo doImpério, dominou igualmente a Igreja de Roma,
que se arvorou em suserana e censora de todas as demais do planeta. Cooperando
com o Estado, faz sentir a força das suas determinações arbitrárias. Trezentos
anos lutaram os mensageiros do Cristo, procurando ampará-la no caminho do amor e
da humildade, até que a deixaram enveredar pelas estradas da sombra, para o
esforço de salvação e de experiência, e, tão logo a abandonaram ao penoso
trabalho de aperfeiçoar-se a si mesma, eis que o imperador Focas favorece a
criação do papado, no ano de 607. A
decisão imperial faculta aos bispos de Roma prerrogativas e direitos até então
jamais justificados. Entronizam-se, mais uma vez, o orgulho e a ambição da
cidade dos césares. Em 610, Focas é chamado ao mundo dos invisíveis, deixando
no orbe a consolidação do Papado. Dessa data em diante, ia começar um período
de 1.260 anos de amarguras e violências para a civilização que se fundava.”
Emmanuel
por Chico Xavier
in “a Caminho da Luz” (37ª Ed. FEB)
Nenhum comentário:
Postar um comentário